Com a advertência de que o
uso de cigarros eletrônicos por adolescentes atingiu proporções epidêmicas, a
Food and Drug Administration (FDA), agência americana de fiscalização e
regulamentação de alimentos e remédios, deu à Juul Labs e outros quatro fabricantes
dos aparelhos de "vaping" um prazo de 60 dias para provar que eles
são capazes de impedir o acesso de adolescentes aos seus produtos.
Caso não o façam, a agência
alertou, os produtos podem ser retirados do mercado.
A ordem é parte de uma ação
abrangente contra os fabricantes e revendedores de cigarros eletrônicos. A FDA
anunciou que estava enviando cartas de advertência a 1,1 mil revendedores
—entre os quais lojas de conveniências como a 7-Eleven, Walgreens e Circle K, e
os postos de gasolina Shell— e que havia aplicado 131 multas pela venda de
cigarros eletrônicos a menores de idade.
Além disso, Scott Gottlieb, o
comissário da FDA, afirmou em um briefing que a agência estudaria atentamente
as lojas dos fabricantes de cigarros eletrônicos na internet. Ele identificou o
que definiu como "compras por prepostos" —encomendas em massa dos
produtos, para posterior revenda a menores.
Práticas como essa deveriam
ser imediatamente aparentes para os fabricantes dos cigarros eletrônicos, ele
afirmou.
"Se as empresas não
sabem, ou não querem saber", que essas compras estão acontecendo, ele
disse, "agora nós ajudaremos a identificá-las".
Gottlieb afirmou que, se
necessário, a FDA apresentaria acusações civis ou criminais contra os
responsáveis por violações.
As táticas agressivas do
governo revelam um dilema na comunidade de saúde pública: ao tratar um problema
de saúde pública —o fumo de cigarros, que mata 480 mil pessoas por ano nos
Estados Unidos—, os cigarros eletrônicos criam um problema novo. Viciam em nicotina
adolescentes que jamais haviam fumado.
"A JUUL Labs trabalhará
proativamente com a FDA em resposta à sua solicitação", afirmou um
porta-voz da Juul via email. "Temos o compromisso de prevenir o uso de
nosso produto por menores de idade, e queremos ser parte da solução, e impedir
que os jovens tenham acesso a cigarros eletrônicos".
Os quatro outros produtos que
terão de cumprir as ordens da FDA em 60 dias são o Vuse, da RJR Vapor; MarkTen,
do Altria Group; blu, da Imperial Grand; e aparelhos fabricados pela Logic.
Procurados, representantes dessas empresas não se pronunciaram até o momento.
Gottlieb declarou muitas
vezes acreditar que cigarros eletrônicos e outros produtos, conhecidos como
sistemas eletrônicos de provisão de nicotina, podem ser opções efetivas para
adultos que desejam parar de fumar mas sentem necessidade de nicotina.
Mas ao anunciar as ações da
agência, ele disse que as autoridades regulatórias têm a obrigação de
restringir a disponibilidade de aparelhos a fim de impedir o acesso de jovens a
eles.
"Inevitavelmente, o que
teremos de contemplar são ações que podem estreitar a rampa de saída dos
adultos que veem cigarros eletrônicos como alternativa viável ao tabaco
combustível, a fim de eliminar a rampa de entrada dos garotos", disse Gottlieb.
"É um toma lá dá cá desagradável."
De acordo com a agência, mais
de dois milhões de alunos de ensino médio e secundário eram usuários regulares
de cigarros eletrônicos, no ano passado. Gottlieb deixou claro que não acredita
que as empresas tenham feito o suficiente para reprimir esse tipo de uso.
"Na minha opinião, elas
trataram essas questões como um desafio de relações públicas, em lugar de
levarem a sério suas obrigações legais, sua missão em termos de saúde pública,
e a ameaça que esses produtos representam", disse Gottlieb.
Os usuários de cigarros
eletrônicos inalam muito menos produtos químicos nocivos do que os fumantes de
cigarros tradicionais. Mas podem consumir níveis de nicotina mais elevados do
que os dos cigarros comuns. É a nicotina que é viciante e representa ameaça de
saúde grave para os adolescentes.
"O cérebro adolescente
em desenvolvimento é especialmente vulnerável ao vício", afirmou a FDA no
comunicado em que anunciou suas ações.
O Juul, um aparelho
imensamente popular que oferece dosagens de nicotina fortes, é o principal alvo
da FDA. A empresa lançou o esguio aparelho, que se parece com um pendrive, em
2015. Ele vem com cartuchos de oito sabores, entre os quais manga, menta, creme
e pepino.
O Juul rapidamente se tornou
o mais vendido dos cigarros eletrônicos, e virou moda entre os estudantes. De
acordo com dados do grupo de pesquisa Nielsen, a Juul controla 72% do mercado,
e a empresa é avaliada pelos investidores em US$ 16 bilhões (cerca de R$ 65
bilhões).
Em abril, a FDA anunciou que
investigaria as práticas de marketing da Juul para determinar se ela
direcionava produtos diretamente aos jovens. A agência solicitou grande volume
de documentos à empresa, entre os quais relatórios sobre grupos de discussão e
estudos toxicológicos.
A Juul entregou milhares de
páginas de documentos à FDA, mas nem a empresa e nem a agência os divulgaram
publicamente. Gottlieb disse que a divisão de tabaco da FDA ainda está
estudando o material.
Embora as ações contra o
setor sejam alarmantes para os fabricantes de cigarros eletrônicos, elas também
são problemáticas para a FDA.
Em julho de 2017, como parte
de um plano amplo para reduzir as mortes causadas pelo uso de tabaco nos
Estados Unidos, a FDA estendeu o prazo para que os fabricantes de cigarros
eletrônicos se enquadrem a novas e severas regras federais, que entre outras
coisas requerem que as empresas provem que os cigarros eletrônicos são
benéficos para a saúde pública.
Ao conceder a extensão
do prazo, até 2022, Gottlieb afirmou que
forçaria os fabricantes a reduzir o nível de nicotina dos cigarros
tradicionais, para que deixassem de ser viciantes. E para que isso funcionasse,
ele disse, os fumantes precisariam de mais e melhores produtos que substituam
os cigarros.
Mas em entrevista, Gottlieb
declarou que a imensa popularidade do "vaping" [uso de cigarros
eletrônicos] entre os adolescentes não foi algo que ele tivesse previsto na
metade do ano passado, e acrescentou que a agência precisa repensar sua
política —talvez reduzindo o prazo e exigindo que as empresas obtenham licenças
especiais da FDA para manter seus produtos à venda.
Maura Healey, secretária
estadual da Justiça de Massachusetts, que recentemente ordenou uma investigação
sobre o marketing e vendas de cigarros eletrônicos a menores de idade, elogiou
a FDA pela nova tática.
"Trabalhamos demais nos
últimos 50 anos para reduzir o fumo entre os jovens, e não podemos permitir que
essas empresas lucrem ao viciá-los em nicotina", afirmou Healey. "A
decisão da FDA é um bom primeiro passo para impedir que as empresas direcionem
produtos a menores de idade."
Victoria Davis, porta-voz da
Juul, disse recentemente que a empresa já havia reforçado sua fiscalização de
varejistas que anunciam seus produtos para jovens ou que não aplicam as
restrições de idade em suas vendas e em seus posts de mídia social. Mas a
tarefa nem sempre é fácil.
De 1º de janeiro a 28 de
julho, disse Davis, a Juul pediu ao Instagram que removesse mais de 5,5 mil
posts, e a empresa de mídia social atendeu aos pedidos quanto a 4.562 deles. O
Marketplace do Facebook se mostrou menos prestativo. A empresa concordou em
remover 55 dos 144 posts cuja retirada a Juul solicitou. No caso da Amazon, 13
de 33 anúncios foram retirados.
Gottlieb disse que as medidas
tomadas pela Juul e outras companhias não o impressionam.
"Não tiveram o impacto
pretendido, ou eu não estaria vendo as estatísticas que vejo agora", ele
declarou.
Cigarros eletrônicos, que não
queimam tabaco nem geram fumaça, estão cada vez mais presentes no dia a dia em
nos EUA e em países da Europa; os governos se preocupam com a o interesse que
os produtos despertam nos jovens Steven Senne/AP
We know that vapers have their own favorite style of vape atomizers, so we understand that choice and the nord replacement pod are very important. Hope everyone can find the best tank and lost vape drone for sale for their vaping.
ResponderExcluirNow sub ohm vape tanks are very popular in the vape market. They can bring you excellent taste and long lasting flavors with massive clouds.
ResponderExcluir