Um terremoto de magnitude 2,7 foi registrado na Bahia, na cidade de Amargosa, que fica no Recôncavo Baiano, na noite deste domingo (30), segundo cálculos do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
É o segundo registro de
terremoto na Bahia em menos de 24 horas. O primeiro, de magnitude 4,6,
aconteceu na manhã deste domingo, na região das cidades de Mutuípe, que fica no
Vale do Jiquiriçá, bem próximo do município de Amargosa.
O G1 entrou em contato com
Aderson Nascimento, coordenador do Laboratório de Sismologia da UFRN, que faz o
monitoramento dos fenômenos. Ele explicou que o segundo terremoto registrado
neste domingo teve baixa magnitude e foi sentido apenas em Amargosa e nas
cidades próximas.
“A gente registrou um de
magnitude 2.7, na região de Amargosa. Aconteceu às 18h11”, afirmou Aderson
Nascimento.
“É uma magnitude mais baixo
do que a de mais cedo, em Mutuípe, mas o pessoal que está na cidade ou perto,
devem ter sentido bem e obviamente quando você já está assustado com a situação
de hoje de manhã, você fica psicologicamente abalado”, explicou.
No site do Centro de
Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), constam nove registros de
terremotos nas regiões de Amargosa, todos na manhã deste domingo, com magnitudes
de 1,6 e 4,2 respectivamente.
Primeiro terremoto
O Laboratório de Sismologia
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte registrou um terremoto de
magnitude 4,6 na região das cidades de Mutuípe, que fica no Vale do Jiquiriçá,
e Amargosa, no Recôncavo Baiano, na manhã deste domingo.
Moradores de várias cidades
do estado, como Castro Alves, São Miguel das Matas e Santo Antônio de Jesus,
também no Recôncavo, relataram o impacto do terremoto. Em Salvador, os tremores
também foram sentidos. Não há registro de feridos.
O geólogo Eduardo Menezes,
que também é do Laboratório de Sismologia da UFRN, explicou que os tremores são
causados por pressões nas falhas geológicas.
"Esses tremores ocorrem,
não só na Bahia, como em outras partes do Brasil, principalmente no Nordeste,
onde a gente tem a maior concentração de áreas sismicamente ativadas.
Esses tremores ocorrem por
falhas geológicas, por pressões que atuam sobre as rochas no subsolo e geram
esses tremores que são sentidos na superfície. Quando ele ocorre próximo a
áreas urbanas, a repercussão é muito maior do que quando ocorre em áreas
remotas, a exemplo dos tremores que ocorrem no Amazonas.
Lá, além da profundidade ser
muito grande, não existe população com densidade a exemplo de Salvador, na
Bahia, ou Pernambuco, ou Rio Grande do Norte ou Ceará. Então esses tremores são
exatamente originados através desses movimentos que existem dessas falhas, que
geram esses tremores, que são sentidos pela população, detalhou.
Eduardo Menezes avaliou
também que o normal é que os tremores tenham magnitude abaixo de 3, portanto o
terremoto de 4,6 registrado na Bahia é considerado de alta magnitude.
"Em uma magnitude dessa
ordem, de 4,6, que é o que a gente tem registro, ele realmente assusta e pode
chegar a derrubar alguns objetos de prateleira, pode sentir vibrações em
telhados e janelas. É normal que as pessoas se assustem. Não são comuns
frequências de tremores nessa grandeza. A maioria dos tremores que ocorrem aqui
no Nordeste do Brasil, em geral, são de magnitude abaixo de 3", detalhou
Eduardo.
Outros tremores na Bahia
Há cerca de 10 dias,
moradores de Cachoeira, que também fica no recôncavo baiano, também relataram
tremores de terra. O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP)
informou que o fenômeno ocorreu na cidade de São Félix, vizinha a Cachoeira, e
teve magnitude de 1.6 mR.
No mês de julho, um terremoto
de 3,5 de magnitude foi registrado na região do litoral sul da Bahia. O tremor
aconteceu na altura da cidade de Ilhéus e também foi registrado por sismólogos
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que fazem o
monitoramento./G1 Bahia
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