Os amigos e familiares da
jovem de 24 anos assassinada em Canelinha, na Grande Florianópolis, ainda tentam
entender a morte dela, que chocou a cidade de 12 mil habitantes.
O corpo foi encontrado em um
forno de uma cerâmica desativada na cidade.
A suspeita é que uma
conhecida tenha feito uma emboscada para cometer o assassinato e car com o
bebê, já que a vítima estava grávida. Segundo a Polícia Civil, a jovem foi
morta à tijolada e teve a barriga cortada por estilete.
O velório ocorreu neste
sábado, 29 de agosto, no Centro da cidade, onde também deve ser sepultada.
O nome da grávida morta não
foi divulgado pelo G1 SC pois há risco que se chegue assim à identidade da
recém-nascida, que tem o direito à preservação da identidade garantido pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Não estou conseguindo
acreditar ainda, ninguém consegue acreditar que isso tudo aconteceu”, disse
Josiane da Silva, amiga da vítima. Ela foi uma das duas amigas escolhidas pela
jovem e o companheiro para serem as madrinhas de primeira lha do casal.
O parto estava previsto para
setembro e a jovem estava muito feliz e ansiosa com a gestação. Pedagoga, ela
tinha carinho especial por crianças, segundo as amigas ouvidas pelo G1.
“Ela sempre gostou de
crianças e adorava ser professora”, disse Jeisiane Benevenute Pacheco, que
conhece a jovem desde a infância e também foi escolhida para madrinha da bebê.
“Era ótima professora. A
gente pegou anidade quando trabalhamos na mesma creche, surgiu uma amizade
enorme. Ela era uma pessoa que não via maldade”, contou a amiga Josiane.
Na quinta-feira, 27, a vítima
desapareceu de tarde. Preocupados e sem conseguir contato com a jovem, os
amigos zeram postagens em busca dela. Na sexta-feira (28), uma mulher que
conhecia a vítima foi presa suspeita de matar a gestante. O companheiro da
suspeita também foi preso.
“Estávamos desesperados e
decidimos procurar. Eu estava junto quando achamos ela. A gente sempre tem
esperança de encontrar viva, mas no fundo sabia que algo ruim tinha
acontecido”, contou Josiane.
Amigos e familiares saíram às
ruas em busca da jovem e contaram com apoio e orações de outros moradores, até
que na manhã de sexta encontraram o corpo.
O bebê não estava com a
vítima. A mulher suspeita de matá-la foi ao hospital ainda na noite de
quinta-feira com o bebê dizendo que a lha era dela. Ferida, a recém-nascida foi
levada para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, na capital.
Segundo Jeisiane, a vítima e
a suspeita não eram amigas, mas tinham se aproximado nas últimas semanas porque
a mulher presa também estaria grávida. Em depoimento, a suspeita confessou o
crime à polícia e disse que tinha perdido o seu bebê. A intenção dela era car
com a lha da vítima.
Amizade de anos
Em julho, a jovem, Josiane e
Jeisiane se reuniram e foi nessa ocasião que as amigas foram convidadas para
serem madrinhas. Jeisiane conhece a vítima desde criança e Josiane, há cerca de
10 anos. Nos últimos anos, os laços foram estreitados.
Além da gestação da amiga,
Jeisiane e Josiane compartilharam também outros momentos importantes na vida da
vítima, como o casamento em outubro de 2019. Foi Jeisiane quem pegou o buquê no
casamento da amiga.
“Ela tinha esse lado de amar
vender, era muito simpática, espontânea, me fazia rir. Ela era parceira,
caprichosa, fazia lindos laços, aprendi muito com ela”, lembrou Jeisiane, sobre
o dia a dia com a amiga em sua loja antes da pandemia.
Este ano, como não tinha
conseguiu vaga como professora, a vítima estava trabalhando com Jeisiane em uma
loja que vende bordados, uniformes e acessórios em Canelinha. Por conta da
pandemia e por ser gestante e estar com diabetes, ela estava afastada do
trabalho presencial.
“Eu e a Josi fomos as
primeiras a saber da gravidez. Ela tava na loja comigo e pediu pra fazer um
body bordado para anunciar que era menina”, lembrou a amiga Jeisiane. Até esta
sexta-feira, a lha recém-nascida da vítima seguia internada.
“Quero guardar apenas
lembranças boas dela e ajudar na educação da menina com meu marido, os outros
dindos e a família dela”, arma Jeisiane./Sul Bahia News
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