A paciente Edléia Daniele
Ferreira Lira, de 33 anos, que morreu em Cuiabá após ser submetida a cirurgias
plásticas, fez a negociação para os procedimentos pelas redes sociais. Ela
pagou R$ 50 para participar do grupo privado no Facebook por onde tratou das
cirurgias com a empresa com sede em Minas Gerais.
O corpo da paciente foi
sepultado nesta terça-feira (15), em um cemitério em Várzea Grande, região
metropolitana de Cuiabá.
Ela passou por procedimentos
de lipoaspiração e redução das mamas na sexta-feira (11), teve complicações
após as cirurgias, e morreu no domingo (13). O procedimento foi feito no centro
cirúrgico do Hospital Militar em Cuiabá, que nega irregularidades nas
cirurgias.
Depois de sofrer parada
cardíaca, Daniele, como é conhecida, teve complicações e foi transferida para a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital, onde
faleceu.
Na página, a empresa ainda
divulga uma tabela de preços cobrados pelas cirurgias, que são bem abaixo dos
valores normalmente cobrados.UTI) de um hospital particular da capital, onde
faleceu.
“De lá, eles (da empresa)
passavam o orçamento e cobravam R$ 50 pela consulta. Ele (médico) pediu os
exames e no dia da cirurgia verificou os exames e fez o procedimento”, contou o
amigo dela, Luiz Gustavo Júnior.
O G1 entrou em contato com o
contato com a empresa, por meio do telefone disponibilizado na página
denominada “Plástica para Todos”, a qual informou que se manifestará sobre o
assunto após ter acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML).
A presidente do Conselho
Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Maria de Fátima Ferreira, alerta
para procedimentos oferecidos a preços baixos.
Em entrevista à Centro
América FM, nesta terça-feira, ela informou que a entidade abriu sindicância
para apurar a morte de Edléia Daniele.
Ela disse que já foram
solicitados aos envolvidos no procedimentos os documentos necessários para
apuração.
“Para essa análise ser feita,
precisamos dos prontuários médicos, tanto da avaliação pré-operatória, do
procedimento cirúrgico e da assistência no pós operatório”, afirmou.
O Hospital Militar de Cuiabá
faz atendimentos de baixa e média complexidade e, por isso, não tem leitos de
UTI. O espaço foi alugado pela equipe médica que operou Daniele.
O diretor do hospital,
coronel Kléber Duarte, alegou que esse tipo de procedimento não exige que a
unidade de saúde tenha UTI e que o procedimento foi feito corretamente.
“Não somos obrigados a ter
UTI no hospital. Tudo correu dentro da normalidade, todos os pré e
pós-operatórios feitos dentro da normalidade, sem problema nenhum”, disse.
O amigo de Daniele avalia que
houve demora no socorro à paciente. “Duas horas depois da cirurgia, ela teve a
primeira parada cardíaca, ficou desacordada por cerca de 20 minutos, e o médico
que fez a cirurgia demorou mais de uma hora para ir ao hospital e prestar
socorro”, disse.
O caso também está sendo
investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que abriu
inquérito depois de denúncia da família.
Na certidão de óbito a causa
da morte foi choque hemorrágico./G1
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