Uma mensagem que circula no WhatsApp diz que uma mulher teria sido detida por vender espetinho de carne de cachorro. Verdade ou boato? (foto: WhatsApp/Reprodução)
Está circulando nas redes
sociais, especialmente no aplicativo WhatsApp, uma mensagem que fala sobre uma
mulher que supostamente foi presa por comercializar espetinho feito com carne
de cachorro. Dependendo de onde você mora, o crime de maus-tratos (Lei 9.605/1998)
é associado a uma cidade diferente. Ela pode ter sido presa em São Paulo (SP),
no Recife (PE), em Vitória (ES) e em beberibe (CE), por exemplo. Mas, será que
realmente a polícia prendeu alguma mulher praticando essa atrocidade contra os
cãezinhos?
Como esclarece o site
Boatos.org, especializado em desbancar as mentiras que circulam na internet, só
o fato de o boato do espetinho de cão ser associado a diferentes municípios já
mostra que ele não é confiável. "Não conseguimos encontrar a notícia em nenhum
outro veículo de comunicação. E, convenhamos, essa história seria o maior
escândalo e, com certeza, estamparia as páginas de muitos jornais
brasileiros", diz o texto explicativo publicado pelo Boatos.org.
Além disso, a imagem dos
cãezinhos pendurados em ganchos, como se fossem carne em açougue, também é
ajuda a provar que se trata de uma mentira. Em primeiro lugar, a fotografia
pode ter sido alterada em algum programa, como o Photoshop, já que os animais que
aparecem nela são idênticos. Outra questão é que ela já foi publicada em 2016
no site do jornal Al-Weeamm, da Arábia Saudita, e também estava relacionada a
um boato de venda de carne canina.
O Boatos.org lembra ainda que
algumas fotos de cães abatidos que estão circulando nas redes sociais podem ter
sido retiradas de matérias sobre o controverso festival da cidade de Yulin, na
China, que é realizado todos os anos, desde 1990. Diversas entidades protetoras
dos animais tentam, em vão, acabar com o evento, que coincide com o solstício
de Verão no hemisfério Norte (dia 21 de junho) e consiste na
"tradição" de comer carne de cachorro e lichia.
Quem também ajudou a
desmentir a suposta notícia da prisão da mulher que estaria vendendo espetinhos
de cão foi o site do jornal Gazeta, do Espírito Santo. A reportagem entrou em
contato com a polícia estadual, que confirmou que não houve registro de nenhum
boletim de ocorrência relacionado a esse tipo de maus-tratos contra pets.
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