Brasília, 5 de abril de 2025 — O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na próxima terça-feira (8) com um momento decisivo: o início da leitura dos votos dos ministros sobre o processo que investiga supostas tentativas de interferência do então chefe do Executivo em instituições democráticas após as eleições de 2022.
O caso, um dos mais aguardados da atualidade no cenário político-jurídico brasileiro, trata-se da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por crimes de tentativa de golpe de Estado, obstrução das funções do Estado democrático e incitação à subversão do regime constitucional.
A sessão será presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso , relator do inquérito no STF, e contará com a presença dos 11 ministros da Corte. A expectativa é de grande repercussão nacional, com transmissão ao vivo pelos canais oficiais do tribunal e cobertura intensa da imprensa.
O que está em jogo?
O processo analisa condutas atribuídas a Bolsonaro entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, período em que, após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente teria articulado encontros com autoridades estrangeiras, militares e agentes públicos com o objetivo de contestar os resultados eleitorais e pressionar por mudanças nas regras eleitorais e na cúpula do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre as provas apresentadas pela PGR estão gravações de reuniões ministeriais, mensagens trocadas entre aliados e relatos de autoridades que participaram dos encontros. A acusação sustenta que houve uma tentativa sistemática de desestabilizar o processo democrático.
Próximos passos
Na sessão do dia 8, o ministro Barroso deverá iniciar a leitura do seu voto. Em seguida, os demais ministros apresentaram suas posições, uma a uma. A votação é aberta e pode durar mais de um dia, dependendo da extensão dos votos e eventuais pedidos de vista.
Apesar de o julgamento não ter dados previstos para conclusão, os especialistas acreditam que a decisão final poderá ser anunciada ainda na semana seguinte, especialmente se não houver pedidos de vistas ou adiamentos.
Repercussão política
O retorno do julgamento reacende o debate político no país. Os líderes dos partidos de oposição reforçam a importância da independência do Judiciário e da defesa da democracia. Já setores do bolsonarismo afirmam que o processo é “politicamente motivado” e representa uma “perseguição judicial”.
Bolsonaro, que nega qualquer irregularidade, deve acompanhar os trabalhos de perto, embora não tenha obrigações de comparecer pessoalmente. Se condenado, ele poderá enfrentar pena de reclusão e, dependendo do veredito, perder direitos políticos.
Como acompanhar
A sessão será transmitida ao vivo pelo canal do STF no YouTube, pela TV Justiça e por veículos de comunicação parceiros. O público também poderá acompanhar atualizações em tempo real no site do tribunal e nas redes sociais oficiais do STF.
Com o país novamente voltado para o Supremo, o julgamento marca um novo capítulo na história recente da democracia brasileira.
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