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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

MPF denuncia 35 suspeitos no escândalo da Petrobras – D24am.com – Jornal da Imprensa



Segundo o procurador Deltan Dallagnol, as empresas sabiam quem iria vencer cada licitação no esquema montado dentro da Petrobras. Foto: Giuliano Gomes/AE

Curitiba – O  Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou, ontem, 35 suspeitos de participação no esquema de corrupção na Petrobras. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As penas podem chegar a 51 anos de prisão.

Dos 35 denunciados, 22 pertencem às empreiteiras OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Engevix, Mendes Júnior e Galvão Engenharia. Além deles, foram denunciados Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef. Completam a lista outros suspeitos de participarem das operações de lavagem de dinheiro, inclusive Enivaldo Quadrado, que já foi condenado por lavagem de dinheiro no esquema do mensalão.

Segundo o procurador Deltan Dallagnol, os desvios feitos pelos suspeitos em contratos fraudulentos só da diretoria de abastecimento, objeto da denúncia de ontem, somam, até agora, cerca de R$ 300 milhões. O MPF, no entanto, pede que sejam ressarcidos R$ 1 bilhão, que é a estimativa mínima do valor total que teria sido desviado nos contratos em todas as áreas da Petrobras.

Para o procurador, além de criminosos de “colarinho branco”, é necessário punir empresa envolvidas em corrupção. “Empresas corruptoras precisam ser punidas de modo firme para que elas não cogitem corromper novamente”, afirmou Dallagnol.

Ainda de acordo com Dallagnol, foram praticados 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro pelos 35 denunciados. O procurador afirmou que essa é a primeira denúncia da Lava Jato, relacionada aos crimes que teriam sido praticados na diretoria de abastecimento. Outras denúncias, relacionadas a desvios em outras diretorias, devem ocorrer futuramente.

Lavagem ‘moderna’

Empreiteiras organizaram-se em cartel, em um ‘clube’, que controlava as obras da diretoria de abastecimentos. Segundo o MPF, as empresas sabiam quem iria vencer cada licitação. Entre as práticas ilegais do cartel, estavam a realização de contratos desnecessários ou injustificados; a inclusão de aditivos contratuais com preços excessivos; aceleração do processo de licitação e a revelação dos processos sigilosos. A propina paga aos agentes corrompidos dentro da Petrobras variava entre 1% e 5% de cada contrato fraudulento.

De acordo com os denunciantes, o dinheiro da propina saía das empreiteiras para os doleiros, por meio de saques, entregas em espécie, pagamentos no exterior, contratos fictícios com empresas de fachada ou até por meio do pagamento de bens, como veículos. Após a lavagem, os valores eram entregues para os beneficiários finais.

Dallagnol afirmou que os processos de lavagem de dinheiro atingiram outro patamar, o que ele qualificou de ‘modernidade da lavagem’. “A lavagem não era feita por corruptores e corrompidos. Envolvia profissionalização, internacionalidade e complexidade”, acrescentou.

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