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sábado, 11 de fevereiro de 2023

Mortes no terremoto da Turquia e da Síria passam de 23 mil, e sobreviventes são retirados com vida mais de cem horas sob escombros

 


ONU estima que número de vítimas possa chegar a 40 mil. Equipes de resgate avançam nas buscas, enquanto moradores na Turquia se queixam da falta de estrutura dos edifícios, muitos deles novos. 

Resumo 

O total de mortos na Turquia e na Síria devido ao terremoto de magnitude 7,8 da última segunda-feira passou de 22 mil; só no território turco foram 18,9 mil mortos, e, no sírio, mais de 3 mil. 

O tremor ocorreu a 10 km da superfície, o que significa baixa profundidade e maior potencial de destruição, e o raio de alcance foi de 250 km; houve mais de 90 réplicas. 

Condições climáticas desfavoráveis, com o inverno no hemisfério norte, dificultam os trabalhos de buscas. 

Apesar das dificuldades, crianças e famílias inteiras chegaram a ser retiradas dos escombros com vida. Veja na reportagem vídeo dos resgates. 

Cem horas de angústia e desespero, centenas de toneladas de escombros, um número de vítimas cada vez maior, resgates emocionantes e a dificuldade para a chegada de ajuda. 

É com este balanço que o sul da Turquia e o norte da Síria fecham uma das piores semanas na história na região, após o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o local na segunda-feira (6). 

O número oficial de mortos por conta do tremor passa de 22 mil - a contagem quadruplicou desde segunda-feira (6), e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pode chegar a 40 mil. 

O avanço das mortes tornou este terremoto o pior e mais mortal dos últimos 80 anos - superando outro tremor em território turco em 1999, que teve 17 mil mortos - e o sétimo mais mortal do mundo (veja aqui a lista completa dos últimos 20 anos). 

Até agora, estas são as principais informações sobre o terremoto: 

Há 23.075 mortes confirmadas - 19.875 na Turquia e mais de 3.200 na Síria - levando em conta os balanços fornecidos pelo governo nacional e por grupos de resgate que atuam no noroeste do país, controlado por jihadistas e rebeldes. 

O terremoto ocorreu na madrugada de segunda-feira (6) no povoado de Kahramanmaras, no sudoeste da Turquia, perto da fronteira com a Síria. 

Cerca de 1.500 réplicas foram registradas após o primeiro tremor.

Milhares ainda estão desaparecidos, e mais de 50 mil ficaram feridos. 

Mais de 70 países enviaram ajuda humanitária e equipes de resgate, que já chegaram aos dois países - a primeira equipe do Brasil embarcou nesta quinta. 

O governo turco declarou estado de emergência por três meses em dez cidades.

O tremor durou cerca de um minuto e meio e teve um raio de alcance de 250 quilômetros, atingindo centenas de municípios. 

O epicentro ocorreu a 10 quilômetros da superfície - profundidade considerada muito baixa e que explica, em parte, os efeitos devastadores.

O tremor também foi sentido em Israel, no Iraque, no Chipre e no Líbano. Não há registro de vítimas nesses países. 

O raio de alcance do tremor foi de 250 quilômetros e, portanto, foi fortemente sentido em centenas de municípios e cidades dos dois países.

Foi o pior terremoto desde 1939 na região, muito propensa ao fenômeno por ser uma área de encontro de placas tectônicas.

Mais de 70 mil pessoas ficaram feridas, e milhares ainda estão desaparecidas. 

Também nesta sexta-feira (10), a ajuda humanitária começou a chegar na Síria - a região afetada pelo terremoto nesse país é controlada por rebeldes, rivais ao presidente do país, Bashar al-Assad, que é quem oficialmente recebe toda a ajuda enviada por outros países. 

Bashar al-Assad, que visitou nesta sexta à região, é acusado de não estar distribuindo a ajuda por conta da rivalidade. 

Por enquanto, o socorro na parte síria afetada pelo terremoto é feita quase toda por cerca de 3.000 Capacetes Brancos, o grupo de voluntários que atuam no país há anos. 

Para acelerar o socorro à Síria, a ONU abriu nesta sexta-feira um corredor humanitário entre o sul da Turquia e o norte sírio. Ancara afirmou também estar estudando abrir as fronteiras na região para facilitar a entrada de ajuda no país vizinho. A OMS disse nesta sexta que os recursos de resgate e manutenção das operações na Síria estão perto de terminar. 

Essa ajuda é crucial, também para sobreviventes e pessoas que tiveram suas casas destruídas - a Turquia estima em mais de 70 mil esses afetados só na Turquia. Eles passaram a noite sob temperaturas negativas e sem aquecimento, dependendo apenas da alimentação e mantimentos da ajuda internacional. 

Histórias emocionantes do resgate

 

Apesar de todas as dificuldades, as equipes de busca têm conseguido fazer resgates bem-sucedidos e emocionantes, superando expectativas. 

Nesta sexta, uma mulher e seu bebê de apenas dez dias foram resgatados com vida após ficarem mais de cem horas sob os escombros, segundo o governo turco. 

Ao longo da semana, o trabalho das equipes de resgate também gerou histórias de superação e outras devastadoras, entre elas: 

Um pai, sentado em uma cadeira, segurando a mãe da filha adolescente, que não resistiu aos ferimentos e morreu sob os escombros. Uma família inteira salva com vida diante dos aplausos e da vibração de quem acompanhava o resgate. 

Uma bebê nascida sob os escombros, retirada com cordão umbilical de lá, ainda com vida mas já sem sua mãe e seu pai, que morreram no local. 

O frio extremo e a quantidade de escombros - as áreas atingidas tinham muitos edifícios - complicam os trabalhos. 

O vice-presidente turco, Fuat Oktay, reconheceu esta semana que as condições climáticas severas dificultaram os resgates e o envio de ajuda às regiões afetadas. 

Oktay disse que, diante das dificuldades, apenas veículos de resgate e ajuda estão autorizados a entrar ou sair de Hatay, Kahramanmaras e Adiyaman, três das províncias mais afetadas. 

As operações de resgate estão se concentrando nessas três províncias e em Malatya. 

Conflitos na Síria

Na Síria, os tremores abalaram principalmente o noroeste do país, que é controlado por jihadistas e rebeldes, o que dificulta o socorro às vítimas. Os países que não têm relação com o governo sírio estão enviando doações diretamente a ONGs para ajudar os impactados pelo terremoto. 

Nesta sexta, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse ter conseguido enviar seis funcionários à região, que coordenam trabalhos. 

Brasileiros na Síria: 'tremor só aumentava' 

Os terremotos que atingiram a Síria e a Turquia nesta segunda-feira (6) deixaram brasileiros desabrigados em território turco, de acordo com o conselheiro da Embaixada do Brasil na Turquia Marcelo Viegas. Não há informações sobre brasileiros mortos ou feridos pelos tremores. 

Os brasileiros Lucas Saad e Gabriela Waked estavam em Alepo, na Síria, durante o terremoto. Os dois são produtores de conteúdo e estão fazendo uma viagem longa — Gabriela está viajando há dez meses, Lucas está dando uma volta ao mundo. 

VÍDEOS: Terremoto na Turquia e Síria 

Eles contaram que estavam dormindo no quarto de um hotel em Alepo quando foram acordados pelo tremor./G1

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