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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Moro aceita denúncia e Lula se torna réu no caso do sítio em Atibaia


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O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato em primeira instância, aceitou nesta terça-feira denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo.

Segundo a acusação do MPF, Lula seria o proprietário do sítio, que está em nome de outras pessoas, amigos do ex-presidente, e teria se beneficiado de obras orçadas em R$ 1,02 milhão na propriedade, custeadas pela Odebrecht e OAS . Em troca das benfeitorias, as empresas ganhariam contratos com a Petrobras.

O imóvel em Atibaia está em nome de  Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna, sócios de Fábio Luis, filho de Lula. As obras no sítio em Atibaia começaram em 2010, quando Lula ainda estava na Presidência, e terminaram em 2014, durante o governo Dilma Rousseff.

É a terceira denúncia que o juiz Sergio Moro recebeu contra Lula. No total, o ex-presidente é réu em seis ações penais, somando as ações das operações Lava-Jato, Zelotes e Janus. O ex-presidente já foi condenado por Moro a 9 anos e meio, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex em Guarujá.

Na denúncia aceita por Moro e divulgada nesta terça-feira, outras 12 pessoas foram acusadas, além de Lula. Entre elas estão  executivos da OAS e da Odebrecht e aliados do ex-presidente como o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula.

Em seu despacho, o juiz Moro diz que os “elementos probatórios” apresentados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal permitem concluir que o “ex-presidente comportava-se como proprietário do sítio de Atibaia” e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção em contratos da Petrobras, como José Carlos Bumlai e os grupos Odebrecht e OAS custearam reformas para beneficiar Lula.

Moro afirmou que “não há qualquer registro de que o ex-presidente tenha pago qualquer valor por essas reformas realizadas no sítio de Atibaia”. O juiz disse também que Lula ainda não deu explicações sobre o motivo de Bumlai e dos grupos Odebrecht e OAS terem custeado as reformas no imóvel frequentado pelo petista.

Ao resumir a denúncia, o juiz destacou que Lula teria participado “conscientemente do esquema criminoso, inclusive tendo ciência de que os diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos”, segundo a alegação do Ministério Público Federal.

De acordo com a denúncia do MPF, Odebrecht e OAS teriam pago vantagem indevida ao ex-presidente Lula por meio das reformas no sítio, que teriam sido feitas como parte de acertos de propinas destinadas ao PT em contratos da Petrobras.

A reforma de R$ 1,02 milhão teria sido paga da seguinte forma: a Odebrecht gastou R$ 700 mil, a OAS, R$ 170 mil e Bumlai, amigo antigo de Lula, teria pago R$ 150,5 mil.

O juiz registrou em seu despacho que a Petrobras “foi contaminada por um esquema sistemático de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro” e que quatro ex-diretores da petrolífera foram condenados criminalmente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Pelo menos dois deles fazem referência expressa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como tendo ciência do esquema criminoso”, escreveu Moro na decisão.

“Considerando apenas os casos já julgados, forçoso reconhecer a presença de prova razoável não só da existência do esquema criminoso de cobrança sistemática de propinas, mas em linhas gerais de que ele servia não só aos agentes da Petrobras, mas também a agentes e a partidos políticos, bem como que o Grupo Odebrecht e o Grupo OAS encontram-se entre os responsáveis pelo pagamento de vantagem indevida nos contratos da Petrobras”, registrou Moro em seu despacho.

O juiz afirmou ainda que entre os elementos que podem comprovar o uso do sítio por Lula estão as informações de que veículos do ex-presidente “teriam comparecido cerca de 270 vezes no sítio de Atibaia entre 2011 a 2016 e que agentes de segurança pessoal dele também lá estiveram em mais de uma centena de oportunidades."

Outro lado

A assessoria do ex-presidente negou as denúncias e disse que Lula é alvo de uma “farsa judicial”. “A abertura de ação sobre o sítio de Atibaia é mais uma etapa da farsa judicial movida pela Lava-Jato contra o ex-presidente Lula. Em decisões anteriores, a Lava-Jato já reconheceu que não tem provas para relacionar Lula a desvios da Petrobrás, mas insiste em persegui-lo para condenar sem provas, sem crime e fora da lei”, afirmou a assessoria do ex-presidente, em nota. 


“Os bens que de fato pertencem ao ex-presidente, todos eles declarados à Receita, foram bloqueados pelo juiz Sergio Moro e entre eles não está o sítio de Atibaia, que não é e nunca foi de Lula. A Lava-Jato violenta mais uma vez a lei e os direitos de Lula, porque há dois anos vem mentindo para o país e não consegue reconhecer que errou”, disse a assessoria de imprensa de Lula./valor

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