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sexta-feira, 15 de março de 2019

Protesto contra a Prefeitura de Santa Cruz Cabrália chega ao segundo dia




No segundo dia de protestos contra a administração do município de Santa Cruz Cabrália, cerca de 100 moradores dos distritos de Guaiú, Santo André e Santo Antônio voltaram a se manifestar, na manhã desta sexta-feira (15), desta vez interditando a estrada da balsa [BA-001] que liga o centro da cidade a essas vilas, consideradas pontos turísticos paradisíacos no extremo sul da Bahia.

Com faixas e cartazes o grupo interrompeu a pista com galhos de árvores impedindo a passagem de veículos. A pista só foi liberada para ambulâncias. A Polícia Militar esteve no local com três viaturas. Mais cedo, os policiais liberaram a passagem para alguns carros que saíram da balsa.

Indígenas de aldeias localizadas naquela região também engrossaram o ato.

Esse protesto começou nesta quinta-feira (14/03). Moradores dizem que estão há 99 dias sem água potável. Eles divulgaram vídeos, nas redes sociais, mostrando urubus em cima das caixas d’água que abastecem essas localidades. Os reservatórios estão abertos, vulneráveis a todo tipo de sujeira, inclusive fezes de aves.

FALTA TUDO - A manifestação também reivindica melhorias na iluminação pública e no transporte escolar. O presidente do Grupo Ação do Desenvolvimento da Pesca Artesanal Sustentável (GADAP) do Guaiú, Adriano Souza de Jesus, que participou do protesto, disse que os moradores da Orla Norte de Santa Cruz Cabrália estão abandonados.

“Água, energia, transporte escolar, saneamento básico, limpeza das ruas e transporte escolar, falta tudo”, resumiu Adriano.

A artesã Enildes Leda, moradora de Guaiú, reclama do Poder Público. Ela disse que os moradores continuam sem água de qualidade e lembrou que a população precisa de iluminação pública e principalmente de transporte escolar digno para as crianças. “Os dois ônibus que estão rodando rodam com a porta aberta, presa de borracha, sem freio, com parafusos expostos e isso vem machucando nossos filhos”, ela desabafou.

A cobrança de taxas aos moradores pela travessia da balsa é outro item do protesto. Enildes Leda explicou que os moradores do local possuem uma carteira de identificação que permite a cobrança de apenas metade do valor da travessia, mas, segundo ela, “agora o proprietário está querendo aumentar o valor e ainda não renovou o documento dos nativos. As carteirinhas estão vencendo e não estão sendo renovadas”, reclamou. “Precisamos que libere a balsa para os moradores”, finalizou.

QUEIXA - O médico veterinário Domingos Neto, morador de Santo Antônio, informou que um grupo de moradores vai ingressar com queixa crime contra a Prefeitura de Santa Cruz Cabrália junto ao Ministério Público Estadual “exigindo o nosso direito à água tratada e em quantidade que abasteça a todos os moradores”.


Aos 63 anos, aposentado pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, há três anos Domingos Neto resolveu morar na vila, que já conhecia há 10 anos, sempre em passeios turísticos com a família. Hoje ele se mostra “indignado com a falta de respeito da Prefeitura de Cabrália com os moradores e turistas”. Neto também engrossa o protesto e aplaude a inciativa dos demais moradores.
SOBRE A BALSA - A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Prefeitura de Santa Cruz Cabrália.

Um funcionário da empresa proprietária da balsa que faz a travessia, falou com a reportagem sem se identificar. Ele disse que o sistema está funcionando de maneira informal. “A prefeitura não realizou a licitação para apresentar o ganhador da concessão para o serviço. Por isso não é possível renovar as carteiras dos moradores”.


Esse funcionário acrescentou que a empresa continua fazendo o serviço na informalidade e que dispensa o pagamento da taxa para estudantes, policiais civis e militares, juízes, promotores, indígenas, membros do conselho tutelar e ambulâncias. "O proprietário aqui também é vítima da incompetência dessa prefeitura"./RADAR 64

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