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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

De Tropeiros a Comunidade Forte: Monte Azul, a “Menina dos Olhos” de Jucuruçu

 

Monte Azul, distrito querido de Jucuruçu, tem uma história de coragem e devoção. Seu surgimento remonta à década de 1940, quando os tropeiros que circulavam pela região decidiram se estabelecer no local. Entre os pioneiros, Edulindo Barbosa é lembrado como fundador, ao lado de famílias como Barbosa, Valadares, Quadros, Saturnino, Souza, Ribeiro e Bandeira.

Naquele tempo, o transporte era rudimentar: carros, cavalos, jumentos ou mesmo a pé. Produtos como barroca, farinha e estopa eram comercializados, sempre com muito esforço.

Fé, Tradição e Cultura

A fé sempre teve papel central. São João Batista tornou-se padroeiro, e a Folia de Reis reunia homens e mulheres em celebrações que se tornaram tradição. Missas fortaleciam a espiritualidade e mantinham viva a devoção popular. No convívio da comunidade, nomes como Manzinho, Dona Braulina, Nelson, Joaquim Sabará e Padre Massaranduba marcaram época com fé e alegria.

Valentes e Desafios

Monte Azul também viveu tempos de valentia e tensão. José Otaviano, Agneon Baiano e Ambrozinho ficaram na memória por suas brigas e feitos marcantes. Coumaleão, de punhal e faca na mão, simbolizava um tempo em que a coragem andava lado a lado com o medo. Para entusiasmar a ordem, a voz firme do radialista Otávio Morais fez diferença. Ele conseguia cessar confusões, fosse na palavra ou na voz.

Parteiras, Doenças e Cura Popular

Na saúde, parteiras como Dona Clemúncia e Aninha Barros foram fundamentais. Chamadas às pressas, traziam ao mundo novas vidas, sempre com dedicação. As doenças, no entanto, castigaram: catapora, rubéola e sarampo quase levaram as crianças ao limite, já que as vacinas demoraram a chegar. A sabedoria popular com ervas medicinais, benzedores e curandeiros salvou muitas vidas e deixou marcas de resistência cultural.

Brincadeiras e Educação

Sem celular nem televisão, a diversão das crianças vinha de jogos como capota e caninha de roda, com pedrinhas ou travessas. A infância foi marcada pela simplicidade e alegria. Na educação, Cirilo Cuba e Dona Sebastiana foram pioneiros. Mesmo sem recursos, dedicaram-se a ensinar e plantar as sementes do conhecimento.

Progresso e Conquistas

Na década de 1980, a energia elétrica chegou ao povoado, trazendo luz, utensílios e uma nova forma de viver. Em 2001, a água da barragem passou a abastecer os chafarizes, modificando a rotina das famílias. Já em 2006, a construção da Escola Orlandino Nascimento fortaleceu a educação. Professores de diversas regiões chegaram para lecionar, marcando uma nova etapa na formação das futuras gerações. Vale lembrar que, em 1989, Jucuruçu conquistou sua emancipação, e Monte Azul cresceu como distrito firme em sua identidade.

O Monte Azul de Hoje

Com ruas calçadas, praças de lazer e uma visão panorâmica que encanta os visitantes, Monte Azul é considerada a “menina dos olhos” do município. Rico em cultura, fé e tradição, o distrito segue crescendo sem perder suas raízes.

Novas Perspectivas

Hoje, a comunidade também se destaca pela agricultura familiar, com plantações de cacau, café, mandioca e milho que garantem sustento e movimentam a economia local. Pequenos produtores se unem em associações para fortalecer ainda mais a produção e conquistar novos mercados.

O turismo rural começa a despertar interesse. Visitantes buscam no distrito não apenas a paisagem, mas também a hospitalidade do povo simples, que recebe de braços abertos. Festas religiosas, cavalgadas e encontros culturais têm atraído famílias e jovens de diferentes localidades.

A tradição da Folia de Reis ainda resiste, e os festeiros mantêm viva a chama da devoção com cânticos que atravessam gerações. Ao lado dela, as novenas e quermesses reforçam a união do povo em torno da fé e da partilha.

Monte Azul também é lembrado pelo espírito de solidariedade. Em momentos difíceis, como enchentes, secas ou perdas familiares, os moradores sempre se uniram para apoiar uns aos outros. Essa união comunitária é um traço marcante da identidade local.

Na educação, os jovens de Monte Azul sonham alto. Muitos deixam o distrito para cursar faculdades em cidades maiores e retornam trazendo novos conhecimentos para fortalecer a comunidade. Outros seguem carreira fora, mas nunca deixam de exaltar o nome de sua terra natal.

A cultura da oralidade também é forte: histórias, causos e “causos de valentia” continuam a ser contados pelos mais velhos nas portas das casas, mantendo viva a memória coletiva.

Conclusão

Relembrar a trajetória de Monte Azul é valorizar não apenas o passado, mas também a identidade de uma comunidade que nasceu da luta, da fé e da esperança. Uma terra de resistência, que carrega no peito o orgulho de ser, e no coração, a certeza de que sua história jamais será esquecida.

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