Monte Azul, distrito querido de Jucuruçu, tem
uma história de coragem e devoção. Seu surgimento remonta à década de 1940,
quando os tropeiros que circulavam pela região decidiram se estabelecer no
local. Entre os pioneiros, Edulindo Barbosa é lembrado como fundador, ao lado
de famílias como Barbosa, Valadares, Quadros, Saturnino, Souza, Ribeiro e
Bandeira.
Naquele tempo, o
transporte era rudimentar: carros, cavalos, jumentos ou mesmo a pé. Produtos
como barroca, farinha e estopa eram comercializados, sempre com muito esforço.
Fé,
Tradição e Cultura
A fé sempre teve
papel central. São João Batista tornou-se padroeiro, e a Folia de Reis reunia
homens e mulheres em celebrações que se tornaram tradição. Missas fortaleciam a
espiritualidade e mantinham viva a devoção popular. No convívio da comunidade,
nomes como Manzinho, Dona Braulina, Nelson, Joaquim Sabará e Padre Massaranduba
marcaram época com fé e alegria.
Valentes e Desafios
Monte Azul
também viveu tempos de valentia e tensão. José Otaviano, Agneon Baiano e
Ambrozinho ficaram na memória por suas brigas e feitos marcantes. Coumaleão, de
punhal e faca na mão, simbolizava um tempo em que a coragem andava lado a lado
com o medo. Para entusiasmar a ordem, a voz firme do radialista Otávio Morais
fez diferença. Ele conseguia cessar confusões, fosse na palavra ou na voz.
Parteiras, Doenças e Cura Popular
Na saúde,
parteiras como Dona Clemúncia e Aninha Barros foram fundamentais. Chamadas às
pressas, traziam ao mundo novas vidas, sempre com dedicação. As doenças, no
entanto, castigaram: catapora, rubéola e sarampo quase levaram as crianças ao
limite, já que as vacinas demoraram a chegar. A sabedoria popular com ervas
medicinais, benzedores e curandeiros salvou muitas vidas e deixou marcas de
resistência cultural.
Brincadeiras e Educação
Sem celular nem
televisão, a diversão das crianças vinha de jogos como capota e caninha de
roda, com pedrinhas ou travessas. A infância foi marcada pela simplicidade e
alegria. Na educação, Cirilo Cuba e Dona Sebastiana foram pioneiros. Mesmo sem
recursos, dedicaram-se a ensinar e plantar as sementes do conhecimento.
Progresso e Conquistas
Na década de
1980, a energia elétrica chegou ao povoado, trazendo luz, utensílios e uma nova
forma de viver. Em 2001, a água da barragem passou a abastecer os chafarizes,
modificando a rotina das famílias. Já em 2006, a construção da Escola Orlandino
Nascimento fortaleceu a educação. Professores de diversas regiões chegaram para
lecionar, marcando uma nova etapa na formação das futuras gerações. Vale
lembrar que, em 1989, Jucuruçu conquistou sua emancipação, e Monte Azul cresceu
como distrito firme em sua identidade.
O Monte Azul de Hoje
Com ruas
calçadas, praças de lazer e uma visão panorâmica que encanta os visitantes,
Monte Azul é considerada a “menina dos olhos” do município. Rico em cultura, fé
e tradição, o distrito segue crescendo sem perder suas raízes.
Novas Perspectivas
Hoje, a
comunidade também se destaca pela agricultura familiar, com plantações de
cacau, café, mandioca e milho que garantem sustento e movimentam a economia
local. Pequenos produtores se unem em associações para fortalecer ainda mais a
produção e conquistar novos mercados.
O turismo rural
começa a despertar interesse. Visitantes buscam no distrito não apenas a
paisagem, mas também a hospitalidade do povo simples, que recebe de braços
abertos. Festas religiosas, cavalgadas e encontros culturais têm atraído famílias
e jovens de diferentes localidades.
A tradição da
Folia de Reis ainda resiste, e os festeiros mantêm viva a chama da devoção com
cânticos que atravessam gerações. Ao lado dela, as novenas e quermesses
reforçam a união do povo em torno da fé e da partilha.
Monte Azul
também é lembrado pelo espírito de solidariedade. Em momentos difíceis, como
enchentes, secas ou perdas familiares, os moradores sempre se uniram para
apoiar uns aos outros. Essa união comunitária é um traço marcante da identidade
local.
Na educação, os
jovens de Monte Azul sonham alto. Muitos deixam o distrito para cursar
faculdades em cidades maiores e retornam trazendo novos conhecimentos para
fortalecer a comunidade. Outros seguem carreira fora, mas nunca deixam de
exaltar o nome de sua terra natal.
A cultura da
oralidade também é forte: histórias, causos e “causos de valentia” continuam a
ser contados pelos mais velhos nas portas das casas, mantendo viva a memória
coletiva.
Conclusão
Relembrar a
trajetória de Monte Azul é valorizar não apenas o passado, mas também a
identidade de uma comunidade que nasceu da luta, da fé e da esperança. Uma
terra de resistência, que carrega no peito o orgulho de ser, e no coração, a
certeza de que sua história jamais será esquecida.
🔗 Acompanhe o Portal Jucurunet nas redes sociais:
· 📷 Instagram: @jucurunet
· 👍 Facebook: Portal Jucurunet
· 🐦 X (Twitter): @jucurunet
· 🎥 YouTube: Portal Jucurunet no YouTube
· 🎵 TikTok: @jucurunet
· 🎬 Kwai: @jucurunet
Nenhum comentário:
Postar um comentário