Uma dor imensurável tomou conta da região do Extremo Sul da Bahia. Na tarde desta sexta-feira, 7 de novembro, Ryan Richard Gonçalves Souza, de apenas quatro anos, perdeu a batalha pela vida no Hospital Estadual Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas. Seu falecimento encerrou um dos capítulos mais trágicos da história recente da região: a perda completa de uma família em um único acidente.
O menino era o único
sobrevivente após uma colisão frontal devastadora ocorrida na quarta-feira, 5
de novembro, no km 839 da BR-101, nas proximidades do distrito de Limeira,
município de Prado. Naquele momento, seu pai, sua mãe e um irmão mais velho
morreram no local. Ryan, gravemente ferido, foi socorrido com vida e levado em
estado crítico para o hospital, onde permaneceu internado por dois dias em UTI
— lutando com coragem, mas sem chances de recuperação.
O veículo em que a família viajava foi totalmente destruído pelo impacto com um caminhão. O motorista do caminhão, que saiu ileso, prestou socorro imediato aos feridos e permaneceu no local até a chegada das equipes de resgate e da polícia rodoviária. As causas exatas do acidente ainda são investigadas, mas a intensidade do impacto sugere velocidade excessiva ou falha na manobra de desvio.
O corpo de Ryan foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Itamaraju para a realização da necropsia, como procedimento padrão. Até o momento, não há informações oficiais sobre os planos para o velório e o sepultamento coletivo da família — um ritual que, pela gravidade da perda, deve reunir centenas de pessoas da comunidade.
Nas redes sociais, a comoção foi imediata. Amigos, vizinhos e até desconhecidos publicaram mensagens emocionadas, lembrando os Gonçalves Souza como uma família exemplar: trabalhadora, acolhedora e profundamente unida. Relatos descrevem o pai como um homem dedicado ao trabalho no campo, a mãe como uma referência de carinho nas escolas locais, e os filhos como crianças alegres, sempre presentes em festas comunitárias e eventos religiosos.
A perda de quatro vidas em tão pouco tempo deixou uma marca profunda. Em Prado e nas cidades vizinhas, bandeiras foram colocadas a meio mastro, e missas de sétimo dia já estão sendo organizadas de forma espontânea. A tragédia reacendeu o debate sobre a segurança da BR-101, trecho conhecido por sua alta movimentação e falta de infraestrutura adequada em pontos críticos.
Enquanto a região se prepara
para enterrar uma geração inteira, a memória de Ryan e de seus pais e irmão
permanece viva — não apenas nos corações de quem os conheceu, mas como um
alerta urgente: nem todos os acidentes são apenas estatísticas. Às vezes, são
famílias inteiras que desaparecem em um segundo.
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