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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Por onde anda o grande Beto Guedes?

Um dos meus artistas favoritos da nossa música popular chama-se Alberto de Castro Guedes, nascido em Montes Claros, Minas Gerais. Simplesmente, Beto Guedes, instrumentista, compositor, voz arranhada, um bicho meio marginal, um dos nossos melhores, um dos the best ever. Anda sumido, mas quem conhece a fundo muitas de suas canções e foi a tantos dos seus shows desfrutrar de boa música regada a uma timidez crônica e avassaladora, jamais esquecerá esse ilustre ícone da sensibilidade musical da nossa terra Brasilis.

Beto é autor e/ou co-autor de inúmeros sucessos na sua voz e na de dezenas de cantores e bandas ao longo de mais de trinta anos de estrada. "O sal da terra", "Amor de índio", "Pedras rolando", "Cruzada", "No céu com diamantes", em homenagem à grande Elis Regina, "Quanto te vi", versão de Till there was you, dos Beatles, "Canção do novo mundo", dedicada a John Lennon, logo após o seu trágico assassinato em 1980, e tantas outras.

É um dos símbolos do "Clube da Esquina", aquele movimento musical nascido e criado no bairro classe média de Santa Teresa, em Belo Horizonte, que lançou tanta gente boa para a fama como Milton Nascimento, Flávio Venturini, Lô Borges e por aí vai. Beto envelheceu e pouco se re-inventou, admito. Está fora da mídia e sempre demonstra uma aparência decadente, pouco afeito a conversas e entrevistas. Virou mesmo um bicho-do-mato, arredio, mas vive na nossa memória, encanta com sua poesia eterna e de grande qualidade, deixando nas entrelinhas, que, da forma que escolheu viver, é uma pessoa feliz.

Nesse oceano de mediocridade que se tornou o cenário musical brasileiro, sinto uma falta enorme de Beto Guedes.Sua música está aí para quem quiser desfrutar, lavar alma, melhorar-se como ser humano. Um exemplo? "Pedras rolando", logo aí abaixo, na companhia de Tony Garrido, ex-Cidade Negra. Beto, no seu melhor, para sempre. "Sou um cão sem dono a tecer os fios da canção..." Viva Beto Guedes. Viva Beto, ano sessenta! Um dos the best, sempre! Viva Beto Guedes!

Até que, lá no alto, sobrevoando os céus de Minas, ele sentiu a sensação de quem venceu o medo de um desafio e se tornou dono de seu próprio destino. Olhou para o futuro e viu, no horizonte infinito, música. Os versos já estão escritos. Mineiramente, Beto Guedes está de volta.

Marcelo Janot - Release Oficial

Discografia:

1971 - "Clube da Esquina nº1" - participação
1973 - "Beto Guedes / Novelli / Danilo Caymmi / Toninho Horta"
1975 - LP "Minas": Milton Nascimento - participação
1975 - Compacto com Milton Nascimento: "Caso você queira saber" / "Norwegian Wood"
1977 - "A Página do Relâmpago Elétrico"
1978 - "Amor de Índio"
1979 - "Clube da Esquina nº2" - participação
1980 - "Sol de Primavera"
1981 - "Contos da Lua Vaga"
1983 - "Coletânea - LP Lumiar"
1984 - "Viagem das Mãos"
1986 - "Alma de Borracha"
1991 - "Andaluz"
1998 - "Dias de Paz"
2004 - "Em Algum Lugar"
2005 - "50 Anos - ao vivo"

2 comentários:

Rua principal de Jucuruçu - Bahia, 3 de março de 2024.

Jucuruçu - Bahia. Pedaço bom do Brasil.