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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bahia colhe os frutos do programa Mais Médicos



Em julho de 2013, quando o Programa Mais Médicos, foi lançado pelo Governo Federal, com apoio da Secretaria da Saúde do Estado, a cobertura da Atenção Básica na Bahia era de cerca de 60%. Três anos após o início do programa, o atendimento de Saúde da Família já chega a cerca de 72% dos baianos, que contam com 3.353 Equipes de Saúde da Família (ESF).

Nesse período, a Bahia garantiu 1.432 médicos em 368 municípios, distribuídos nas periferias das grandes cidades, nos pequenos municípios, comunidades quilombolas, sertão baiano, entre outras localidades que nunca contaram ou não conseguiam fixar médicos, além de nove pólos de distritos sanitários indígenas. Caso houvesse a interrupção do Programa Mais Médicos, a cobertura da Estratégia de Saúde da Família na Bahia cairia de 72% para 45%. Se consideradas apenas a população indígena, assentados, periferia e áreas de difícil acesso, essa cobertura poderia beirar o 0% de cobertura da Estratégia da Saúde Família.

Um exemplo de profissional que atua pelo programa, em uma comunidade de Sítio do Quinto, município do semi-árido baiano, é a médica cubana Ivedt Piloto. Ela conta que com o trabalho em equipe, conseguiu melhorar os indicadores de saúde da localidade onde atende. "Com nossos atendimentos, palestras e educação para a saúde conseguimos mudar modo e estilo de vida da população para melhor. A gente acredita que neste tempo cumprimos as nossas expectativas", afirmou a médica que também destacou ter feito muitas visitas domiciliares durante o seu trabalho.

Em Feira de Santana, maior cidade do interior baiano, a médica mexicana Rosa Isela Delgado avalia que o programa é uma boa estratégia para melhorar a saúde, com efeitos a curto e longo prazo. "Tive resistência no início, na comunidade que atendo, que fica na periferia de Feira de Santana, mas já tenho conseguido realizar meu trabalho e até agora a maioria da população gosta do atendimento realizado", conta Rosa Isela Delgado. Ela diz que, caso tenha a oportunidade, pretende continuar atuando no programa. "Acho que tenho feito o que corresponde com a finalidade de solucionar os problemas de saúde no primeiro nível de atenção".

Com menos tempo no Programa, mas não com menos dedicação, a médica brasileira Cláudia Teixeira atua no município de Catu. Ela acredita que uma das vantagens de atuar no Mais Médicos é a segurança quanto à forma de contratação. "A gente tem mais segurança do ponto de vista do vínculo empregatício", afirma a médica. Uma das pacientes dela é Nadjane Rodrigues de Almeida, que disse que antes era difícil conseguir uma consulta. "Agora ficou melhor. O programa facilitou o acesso ao atendimento. Procuro a médica e ele me dá todas as orientações", diz Nadjane.

O Secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas aponta que esse é um programa muito importante para a expansão da cobertura do Sistema Único de Saúde. "Antes tínhamos dificuldade de levar a assistência médica aos rincões mais distantes do interior. Agora temos a possibilidade de garantir a presença de um médico todos os dias de semana em diversos municípios que antes eram desprovidos de cobertura assistencial médica", pontua o Secretário.

Melhoria nos indicadores de saúde

A avaliação dos indicadores de saúde durante os três anos do programa apontou que a proporção de internações na rede SUS, por condições sensíveis à atenção primária, reduziu em 351 municípios do estado. Destes municípios, 311 possuem profissionais do Mais Médicos e em 160, estes profissionais estão presentes em 50% ou mais das equipes de saúde da família.

A proporção de internações por algumas doenças infecciosas e parasitárias e de internações em menores de 1 ano também reduziu significativamente. Os dados apontam que dos 371 municípios que receberam profissional, 201 conseguiram reduzir sua taxa de internação em menores de 1 ano.

As mudanças mais significativas ocorreram em municípios menores, como em Central, localizado na região Centro-Norte do estado, onde a média de cobertura de Saúde da Família, em 2012, alcançava 60%, em 2015 houve um salto para 100% da população assistida. Segundo a secretária municipal de saúde de Central, Kateleen Machado, havia dificuldade em ter profissionais atuando no município. "Central não conseguia fixar médicos pela distância e por não ter condições de pagar salários muito altos", relata a secretária de Saúde.

"Antes da chegada da médica do programa o atendimento era bom, mas só tinha uma vez por semana. Agora são todos os dias. Procuro a médica não é só em caso de doença, mas pra saber de tudo em relação à saúde", conta a moradora de Central, Laurinalva Nunes.

A médica venezuelana Evelys Gomez diz que conseguiu mudar a realidade de diversos pacientes com doenças crônicas que estavam descompensados e até acamados. "Nestes três anos, junto com a equipe de saúde, consegui fazer um bom acompanhamento das famílias de maneira integral", destaca ela, que é uma das profissionais que contribuíram para o aumento nas ações de promoção e prevenção.

Novos cursos de medicina

Como parte do pacto para melhoria do atendimento à população e ampliação do número de médicos, o programa também previa a abertura de vagas de graduação em medicina, principalmente fora das capitais. Na Bahia, além de Salvador, já foram criadas vagas nos municípios de Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Barreiras, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista.

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