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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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sábado, 8 de abril de 2023

Tempos que não se matavam professores nem alunos em salas de aulas


Eu tenho 33 anos e eu sou de uma época que não existia a bolsa família e nem vale gás tínhamos olhos Lisa aquela lata que servia depois para enrolar a linha de pipa jogar bets não ganhávamos uniforme muito menos material escolar uniforme era camiseta da escola e aí se não fosse com a camiseta branca não entrava. 

Eram um pouco as pessoas que tinham telefone em casa nós éramos acostumados a usar o famoso orelhão a ficha sabe o cartão ainda as pesquisas eram feitas na biblioteca e é sempre aquele grupo enorme o trabalho era escrito a mão e na folha de papel almaço lembra a capa era feito um desenho bonito na folha sulfite. 

Tínhamos dever de casa e educação física era esperada por todos ah na escola tinham gorda, magrela, baixinho a Olívia Palito por aí vai todo mundo era zoado às vezes até rolava uma briga assim sabe, mas logo estava tudo resolvido. 

Então prosseguir amizade existia o valentão, valentona, mas também existia aqueles que nos defendesse sabe na escola tinha um dia do flor combate aos piolhos ai a merenda era leite com achocolatado macarrão sopa risoto cantávamos o hino nacional toda sexta-feira ah na semana da pátria eram todos os dias andávamos em fila até a sala de aula e a fila era por ordem de tamanho. 

Tá as provas também era no papel almaço e ambos para escola a pé enquanto um monte de vizinhos assim e na saída a gente adorava quando alguém faz aniversário sabe era ovo farinha terra no final do ano não viemos a hora de acabar as aulas para que os colegas escrevessem nas nossas camisetas e olha que eu guardei essas camisetas por muitos anos a frase pera aí mãe era para ficar mais tempo na rua e não no computador no celular. 

Colecionávamos figurinhas seus chaveiros papel carta caso tínhamos ioiô e outras brincadeiras mais as brincadeiras eram saudáveis sabe os meninos brincavam de bater figurinha e não de bater nos colegas e nem nos professores é naquela época não se matava os professores ah eu adorava quando a professora usava o mimeógrafo sabe aquele cheiro de álcool que tomava conta da sala na rua era empinar pipa guerra de mamona carrinho de rolimã esconde-esconde pular corda amarelinha queimada andar de bicicleta por aí vai. 

São várias a gente comia na rua mesmo sabe tomava água da torneira andava descalço eu vivia no sol sem protetor não importava se os nossos amigos eram negros brancos pardos ricos pobres meninos todo mundo brincava junto como era bom bom não era maravilhoso né. 

Ah, filmes só assistimos na TV e Não vimos a hora de passar a sessão da tarde que saudade dessa época que a chuva tinha cheiro de terra molhada sabe época em que a nossa única dor era quando passava mertiolate nos tampões dos dedos que ficavam pendurados ou naqueles cortes sabe que fazer enquanto a gente brincava assim era uma comédia. 

Cada um tem a sua história sabe tudo de bom os nossos pais eles eram presentes na educação até porque educação era de casa e aí se a mãe tivesse que ir na escola se a gente tivesse aprontado algo a gente não podia chegar em casa com algo que não era nosso sabe desrespeitar os mais velhos se metendo uma conversa o olhar dela já nos ensinava não precisava de mais nada. 

Eu fico me perguntando quando foi que tudo mudou e quando foi que os valores se perderam se inverteram dessa forma ai quanta saudade quantos valores que para essa geração não vale nada ah essas crianças e jovens soubessem o que é viver de verdade eu sou grata por tudo que eu vivi e por tudo que eu aprendi. 

Autor desconhecido.

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