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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Congresso de jornalismo investigativo no Rio questiona violência, censura e processos judiciais como obstáculos à profissão do jornalista


Três grandes encontros internacionais sobre jornalismo investigativo reúnem 900 jornalistas de 70 países na cidade do Rio de Janeiro. O evento começou no último sábado e termina nesta terça-feira (15/10) na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Do extremo sul da Bahia estão participando do evento, os jornalistas Athylla Borborema (editor do Teixeira News) e Rubens Floriano (diretor da Rádio Três Corações FM de Itabatã).


Estão sendo realizados 150 painéis e cursos, com 250 palestrantes para 924 jornalistas inscritos.  Nos quatro dias de programação, acontecem simultaneamente o 8º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, a 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo e a 5ª Conferência Latino Americana de Jornalismo Investigativo.
“É a primeira vez que os três congressos acontecem juntos. Por isso é recorde de público e a maior diversidade de jornalistas de todos os encontros", disse Guilherme Alpendre, diretor executivo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), uma das entidades que organizam os congressos, ao lado da Global Investigative Journalism Network (GIJN) e do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS).


Já na abertura dos três congressos internacionais de jornalismo investigativo, os relatores sobre liberdade de expressão da Organização das Nações Unidas (ONU), Frank La Rue, e da Organização dos Estados Americanos (OEA), Catalina Botero, apontaram a violência contra jornalistas, os processos judiciais, a censura prévia e a espionagem praticada por agências oficiais de governos como alguns dos principais obstáculos ao exercício da profissão.
Para o jornalista Rubens Floriano, diretor da Rádio Três Corações FM de Itabatã e que está no evento, não há razão para informações relacionadas à violação de direitos humanos serem escondidas da opinião pública. Cada ato de violência contra a imprensa que não é investigado pelo Estado é um convite para que aconteçam muitos outros. As autoridades especulam, insistem que os atos de violência não estão relacionados ao trabalho de jornalista.


Para o jornalista Athylla Borborema, editor de jornalismo do Teixeira News e que também está no Rio de Janeiro participando do congresso, a profissão de jornalista é mais perigosa e mais difícil do que muita gente pode imaginar. “As ações penais contra jornalistas por difamação, calúnia e injúria são mecanismos ainda muito utilizados por agentes públicos para impedir a apuração e publicação de denúncias. Conhecer o Estado de Direito é essencial, mas a responsabilidade de fornecer informações precisas e verdadeiras é a melhor forma de se defender. Liberdade de expressão é nossa obrigação", disse Borborema.

Na noite desta segunda-feira (14), no Teatro Municipal (Cinelândia, no centro), a Abraji homenageará o jornalista Marcos Sá Corrêa, pioneiro do jornalismo online no Brasil e autor de reportagens históricas, como a revelação do apoio da CIA ao golpe militar de 1964. 
Entre os convidados estrangeiros, estarão presentes os americanos Glenn Greenwald, que revelou o esquema de espionagem do governo americano em vários países, e Jon Lee Anderson, correspondente de guerra e autor da biografia de Che Guevara, e o editor-chefe da revista Aliqtisadi, da Síria, Hamoud Almahmoud. Além dos cariocas jornalistas Marcelo Beraba, José Roberto Toledo, José Paulo Kupfer, Bruno Paes Manso e Andreza Matais.

Além dos debates e painéis, estão havendo cursos práticos, laboratórios e treinamento com os maiores especialistas em jornalismo de dados do mundo. Na tarde desta terça-feira (15), o último evento será um debate da Unesco e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre violência contra jornalistas, com a presença da ministra Maria do Rosário.

Por Ronildo Brito com informações de Luciana Nunes Leal / RIO - O Estado de S. Paulo

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