Três países —China, Chile e
Egito— voltaram atrás de suas decisões de vetar as importações de carne
brasileira, tomadas após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia
Federal. O governo brasileiro divulgou neste sábado (25) que a China decidiu suspender
o embargo. O Chile e o Egito divulgaram comunicados sobre a retomada das
importações brasileiras.
O presidente Michel Temer
divulgou nota sobre a reabertura da China à carne brasileira. "A decisão
do governo da China de reabrir o seu mercado à proteína animal produzida no
Brasil é o reconhecimento da confiabilidade de nosso sistema de defesa
agropecuária. Nosso país construiu grande reputação internacional neste
segmento. E o posicionamento chinês é a confirmação de todo trabalho de
esclarecimento levado a termo pelo governo brasileiro nestes últimos dias em
todos os continentes", diz a nota.
O ministro da Agricultura,
Blairo Maggi, disse à Folha que a mudança de posicionamento por parte da China
é resultado de um esforço do governo ao longo da semana, quando passou horas em
videoconferência com vários países para tentar minimizar o impacto da Operação
Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo o ministro, apenas as unidades que o
próprio Brasil suspendeu não poderão vender ao parceiro asiático, que foi no
ano passado o segundo maior mercado de exportação para a carne brasileira,
atrás da União Europeia, com compras que somaram US$ 1,75 bilhão.
Além disso, a China também
bloqueará e recolherá os produtos cujos certificados foram assinados por
técnicos investigados na Operação Carne Fraca.
CHILE
O governo chileno reviu sua
decisão de suspender temporariamente a importação de "todo tipo de carne
brasileira" (bovina, frango e porco) devido ao escândalo revelado pela
Operação Carne Fraca. Agora, o veto será restrito somente aos 21
estabelecimentos que tiveram a licença de exportação suspensa pelo governo
brasileiro.
Conforme o comunicado
divulgado neste sábado pelo SAG (Serviço Agrícola e Pecuário do Chile), a
restrição será estendida preventivamente a qualquer outro frigorífico que
estiver envolvido em irregularidades durante as investigação em curso pelas
autoridades brasileiras.
Ainda segundo a nota, a
mudança de postura se deve aos documentos recebidos em resposta a
questionamentos do SAG ao Ministério da Agricultura brasileiro. O fim do
embargo a toda a carne brasileira foi ratificado também pela delegação chilena
enviada ao Brasil para obter mais detalhes sobre a Operação Carne Fraca.
"O SAG, junto ao
Ministério da Saúde chileno, continuam reforçando as medidas de vigilância e
fiscalização, tanto na fronteira para o ingresso de produtos pecuários, como
nos pontos de comercialização, com o objetivo de garantir a saúde e a segurança
dos alimentos consumidos no país."
Segundo dados da Associação
Chilena de Carne (ACHIC), 33,5% da carne bovina importada pelo país vem do
Brasil.
EGITO
O Ministério da Agricultura
do Egito também anunciou neste sábado a retomada das importações de frigoríficos
aprovados pelas autoridades brasileiras. Em comunicado, o ministério informou
que as importações de carnes brasileiras estão sujeitas a fiscalização
redobrada no país de origem e na chegada aos portos egípcios para reduzir o
risco de entrada de qualquer produto impróprio ao consumo humano.
O presidente Michel Temer e o
ministro Blairo Maggi divulgaram nota sobre a liberação da carne brasileira no
Chile e no Egito. Leia a íntegra:
O governo brasileiro informa
que os governos do Egito e do Chile, importantes parceiros comerciais,
decidiram normalizar as importações de carne do Brasil após receberem todos os
esclarecimentos e as informações técnicas transmitidas pelas autoridades
competentes brasileiras.
O Ministério da Agricultura
do Egito declarou oficialmente ter certeza da qualidade da carne brasileira
após exames realizados por três diferentes órgãos governamentais, que atestaram
também que a produção de frango e carne bovina no Brasil está de acordo com as
leis islâmicas.
O Serviço Agrícola e Pecuário
do Chile (Servicio Agrícola y Ganadero) anunciou hoje que a suspensão às
exportações brasileiras de carnes bovinas, suínas e de aves ficará restrita às
21 unidades envolvidas no caso, acolhendo assim a decisão que já havia sido
tomada pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) nesse
mesmo sentido.
As medidas anunciadas pelos
governos do Egito e do Chile corroboram a confiança da comunidade internacional
no nosso sistema de controle sanitário, que é robusto e reconhecido
mundialmente.
Ao agradecer por esse gesto
de confiança e amizade, o Governo brasileiro renova seu interesse em reforçar
ainda mais os laços históricos mantidos com ambos os países e reafirma sua
inequívoca disposição em seguir transmitindo a nossos parceiros comerciais ao
redor do mundo todas as informações sobre a segurança dos alimentos produzidos
no Brasil./ folha
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