A popularidade do presidente
Michel Temer está desabando e tanto os dados econômicos como os escândalos que
atingem seus principais ministros dificilmente prenunciam uma melhora próxima,
indica uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.
Apenas 10% dos brasileiros
têm uma opinião positiva do governo do presidente conservador contra 13% em
dezembro, assinala a pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da
Indústria (CNI). A porcentagem dos que consideram sua gestão "ruim ou
péssima" subiu de 46% para 55%.
Cerca de 79% dos questionados
afirma, também, que "não confia" em Temer - eram 72% em dezembro -,
contra somente 17% que afirmam confiar nele, frente os 23% anteriores. Em 2016,
Temer substituiu a presidente Dilma Rousseff, após sua destituição pelo
Congresso por maquiar as contas públicas.
Desde então, Temer lançou um
programa de ajustes fiscais para recuperar a confiança dos investidores em um
país afundado na pior recessão de sua história.
Mas os resultados ainda são
esperados e o desemprego bateu um novo recorde no período de dezembro a
fevereiro, afetando 13,5 milhões de pessoas - 13,2% da população -, segundo
dados divulgados nesta sexta-feira. Na pesquisa, 41% dos perguntados afirmam
que o governo de Temer é "pior" que o Dilma; 38% o considera igual; e
18% acreditam ser "melhor". Em dezembro essas porcentagens eram,
respectivamente, de 34%, 42% e 21%.
Os maiores índices de
desaprovação se dão nas áreas de impostos (85%), taxas de juros (80%), saúde e
segurança pública (79%), e combate ao desemprego (77%). A CNI atribui os
resultados ao "custo político de colocar a economia nos trilhos".
"Dentre as notícias mais
lembradas pela população, destacam-se as relacionadas à reforma da
previdência", especifica. Esta reforma, que aumenta a idade mínima e os
anos de contribuição necessários para receber o valor integral da
aposentadoria, cria fortes resistências, inclusive na base aliada de Temer.
O segundo e o terceiro temas
mais lembrados remetem às investigações da Operação Lava Jato e à
"corrupção no governo", sem mencionar casos concretos. A pesquisa foi
realizada entre os dias 16 e 19 de março, com um universo de 2.000 pessoas em
126 municípios, e uma margem de erro de dois pontos percentuais.
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