São Paulo – O ministro Herman
Benjamin concluiu seu relatório sobre o processo que pede a cassação da chapa
que venceu a eleição presidencial de 2014 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
informou a corte nesta segunda-feira.
Benjamin, relator da ação
movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa encabeçada pela ex-presidente
Dilma Rousseff e que tinha o presidente Michel Temer como vice, deve entregar
seu relatório aos demais ministros do TSE ainda nesta segunda.
O relatório não traz o juízo
de valor do magistrado sobre o caso. Isso estará apenas no voto de Benjamin.
De acordo com a assessoria de
imprensa do TSE, a legislação prevê que, apresentado o relatório final, é
aberto prazo de 48 horas para manifestação do Ministério Público. Após essa
fase, o processo será pautado para a sessão subsequente.
Caso o TSE decida pela
cassação da chapa, Temer poderá perder o mandato e eleições indiretas para a
Presidência da República devem ser convocadas.
A defesa do presidente, no
entanto, busca que o TSE determine a separação da chapa para evitar que, caso o
tribunal aponte irregularidades, Temer seja cassado conjuntamente com Dilma,
que já perdeu o mandato em um processo de impeachment.
A tese da separação da chapa,
no entanto, não encontra respaldo na jurisprudência da corte, de acordo com
quatro de cinco especialistas em direito eleitoral ouvidos pela Reuters.
Antes de concluir seu
relatório, Benjamin ouviu o depoimento de ex-executivos da construtora
Odebrecht, que firmaram acordos de delação premiada com a operação Lava Jato.
Em um dos depoimentos, o
ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht disse que fez doações não
contabilizadas, ou seja, de caixa dois, à chapa Dilma-Temer.
O plenário do TSE poderá
julgar o processo sobre a chapa Dilma-Temer com dois novos ministros a serem
indicados por Temer.
Isso porque o mandato de
Henrique Neves se encerra em 16 de abril, enquanto o da ministra Luciana Lóssio
termina em 5 de maio.
Cabe ao presidente da
República nomear esses substitutos com base em uma lista tríplice enviada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF).
No final de fevereiro, o
Supremo encaminhou os nomes de Admar Gonzaga Neto, Tarcisio Vieira de Carvalho
Neto – ambos ministros substitutos do TSE – e de Sérgio Silveira Banhos para a
vaga de Neves.
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