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sábado, 1 de abril de 2017

Manifestantes ocupam a Praça da Estação contra a reforma da Previdência


TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS


A decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de retirar os servidores estaduais e municipais dos afetados pela Reforma da Previdência não alterou a indignação de milhares de servidores mineiros. Ontem, em meio aos mais de 50 mil manifestantes, segundo organizadores, que foram às ruas de Belo Horizonte protestar contra a reforma, as professoras estaduais marcaram presença em grande número. 

A participação feminina na capital reflete o que mostrou pesquisa do Ibope divulgada ontem, em que a rejeição de Temer entre as mulheres e maior do que entre os homens. A PM não divulgou o número de manifestantes. Os protestos ocorreram em várias cidades do país, sendo os maiores na capital mineira, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Em BH, os manifestantes deixaram a Praça da Assembleia Legislativa por volta de 17h30 e fizeram passeata até a Praça da Estação. A principal bandeira foi contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 297/2016 da Reforma da Previdência, mas as pessoas também levaram cartazes criticando a lei da terceirização e pedindo eleições diretas para presidente. 

O protesto foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo sindicato dos professores (SindUte), que levaram dois caminhões para que os representantes fizessem discursos ao longo do evento. “Se as pessoas não se indignarem e tomarem as ruas, teremos um retrocesso enorme”, afirmou a professora de geografia Sandra Costa, de 46 anos.

As mulheres eram maioria entre os manifestantes e houve várias palavras de ordem exaltando a mobilização feminina contra o Temer: “Nem recatada, nem do lar! A mulherada está na rua para lutar!”, cantaram em alusão à primeira-dama, Marcela Temer. Segundo o Ibope, 22% dos homens entrevistados consideram o governo Temer melhor do que a gestão Dilma Rousseff, percentual que cai para 15% entre as mulheres.

Ao fim do ato, eles convocaram novo protesto para 28 de abril. A PEC é criticada porque faz mudanças radicais na Previdência Social. Pelas novas regras, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Neste caso, receberá 76% do valor da aposentadoria – que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual desta média para cada ano de contribuição.

RODOVIAS

Houve protesto também nas rodovias. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), professores fecharam a BR-116, próximo a Inhapim, na Região do Rio Doce. Aproximadamente 80 professores da rede estadual e municipal participam do ato. 

As manifestações ocorreram em outras estradas mineiras por causa da reforma da Previdência. Pela manhã, outros cinco pontos da BR-116 foram fechados. Um deles foi em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, na altura do Km 116, em um protesto que toma toda a rodovia e bloqueia completamente o tráfego tanto em direção ao Rio de Janeiro quanto no sentido Bahia.

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