SÃO PAULO - A Polícia Federal
esteve nas ruas na manhã desta terça-feira (28) em nova fase da Operação Lava
Jato, cujos mandados foram expedidos pelo juiz Sérgio Moro. Houve um mandado de
prisão e os outros foram de busca e apreensão.
A operação foi batizada de
Operação Paralelo e faz referência a pessoas que usam o mercado clandestino de
valores para pagar executivos da Petrobras. A investigação, de acordo com a PF,
apura a atuação de operadores no mercado financeiro em benefício de
investigados na Lava Jato. “A atuação teria se dado no âmbito de uma corretora
de valores que é suspeita de ter realizado a movimentação de recursos de origem
ilícita para viabilizar pagamentos indevidos de funcionários e executivos da
Petrobras”, informou a PF, por meio de nota.
Nessa nova fase, a Polícia
prendeu o ex-gerente da área de Engenharia da Petrobras Roberto Gonçalves por
suspeita de recebimento de propina em contratos da estatal, inclusive com
pagamentos de valores milionários em contas no exterior. De acordo com a força-tarefa
da Lava Jato, Gonçalves substituiu Pedro Barusco na gerência de Engenharia da
Petrobras e passou a receber as propinas no lugar do antecessor, que é um dos
delatores da operação.
Em apenas um conta em nome de
Gonçalves na Suíça, foram identificados depósitos de 3 milhões de dólares que
teriam sido pagos pelo departamento de propina da Odebrecht, segundo os
investigadores. Além da prisão do ex-gerente
da estatal, que foi detido em Roraima, a 39ª fase da Lava Jato também cumpriu
mandados de busca e apreensão na corretora Advalor, suspeita de auxiliar na
lavagem de dinheiro e também no pagamento de propinas.
Registros do BC mostram que a
corretora teve o capital reforçado em mais de 120% quando Miguel Julio Lopes
foi nomeado para a diretoria da casa. Lopes foi citado pela força-tarefa como
suposto responsável por fazer remessas ao exterior para abastecer contas
ligadas aos esquemas de corrupção. O delegado Dante Pegoraro afirmou hoje que
pode ter havido ausência de controle do BC em não identificar as operações
ilícitas pela corretora.
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