Na semana passada, depois que
o Hospital Maria Moreira Lisboa fixou um cartaz na porta da entrada, avisando
que faltaria médico para atender a população durante quatro dias, a saúde em
Itanhém se tornou assunto de destaque nas redes sociais. A situação piorou
depois que uma mulher teve o atendimento de emergência cobrado indevidamente e
o caso foi levado pelo vereador André Correia (PHS) à última sessão da Câmara
Municipal.
A reportagem indagou a
direção do hospital sobre a atual situação em que se encontra aquela unidade,
que é conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o médico cirurgião
Levi Moreira de Souza – que é um dos diretores – o hospital atualmente
sobrevive com dificuldades ou “à duras penas”, nas palavras dele.
Há 40 anos socorrendo a
comunidade itanheense, o Hospital Maria Moreira Lisboa – ainda de acordo com o
médico – está sucateado e tem débitos que atinge a cifra de R$ 250 mil.
“Itanhém acostumou-se a ter
seu hospital socorrendo seus munícipes nas horas mais difíceis da vida”, disse
o médico. “O débito veio se acumulando nos últimos oito anos, quando começou se
abater sobre nós os efeitos de quase duas décadas sem reajuste do SUS”,
acrescentou, enfatizando que a unidade solicitou apoio há vários prefeitos. “A
não ser algumas ajudas pontuais, que não resolveram nosso problema, o hospital
seguiu seu inexorável destino: o sucateamento”, lamentou.
Levi Moreira esteve na sessão
da Câmara Municipal da última quinta-feira (2), quando fez uso da palavra. Lá
ele falou da dívida e da deterioração da unidade de saúde.
“Aqui no hospital estamos em
uma situação difícil. Recebemos do governo do Estado R$ 80 mil por mês, mas não
é muito dinheiro”, explicou. “Naquela época nós pagávamos R$ 1.000 o plantão de
um médico para trabalhar 24 horas, só aí é R$ 30 mil”, calculou. “Enfermeiras e
técnicas de enfermagem são quase R$ 25 mil”, acrescentou, explicando que esses
valores se referem ao ano passado. “Agora, adiciona aí alimentação, limpeza,
segurança, energia elétrica, água e outros gastos”.
ATUALIZADO às 13h59: A
direção do hospital Maria Moreira Lisboa voltou a informar que a unidade
recebia do Estado R$ 80 mil, que passou para R$ 40 mil e que atualmente é R$ 60
mil. Informou ainda que esse valor “não socorre as demandas da saúde no âmbito
hospitalar”.
Na Câmara, o médico ainda
disse que o hospital está sucateado e que dá até vergonha de mostrar. “Está
sucateado mesmo!”, exclamou. “Às vezes falta gaze, algodão, álcool; faltam
coisas impensáveis de se faltar em um hospital, medicamentos e,.mesmo assim,
nós continuamos atendendo com coragem, na esperança de que essa gestão que está
aí nos socorra”, apelou.
Ao responder as questões
encaminhadas pela reportagem do Água Preta News, Levi Moreira voltou a citar
que o hospital necessita de apoio do poder público municipal. “Nossa esperança
e também a do povo de Itanhém está na administração atual”, finalizou./gua
Preta News
Nenhum comentário:
Postar um comentário