Várias fazendas do município de Medeiros Neto já
detectaram animais infectados com a “Raiva Bovina”, alguns animais já morreram
e isso preocupa fazendeiros e a vigilância sanitária, já que a doença não tem
cura e se o animal morto for manipulado por seres humanos, a raiva pode ser
transmitida, explicou o medico veterinário e secretário de agricultura do
município, Dr. Armando Leal do Norte.
Segundo Dr. Armando, a doença é transmitida por
morcegos e os animais das fazendas que ficam ás margens do rio tem maior
probabilidade de contrais a raiva já que os morcegos vivem nas árvores ou nas
grutas de pedras. A raiva é uma encefalite aguda viral transmitida através da
mordedura de animais doentes e portadores, e que se caracteriza por um quadro
neurológico fatal. Também conhecida como hidrofobia, a raiva é uma zoonose e a
prevenção da doença é a vacinação, afirmou o veterinário. Estima-se que a raiva
seja responsável pela morte de cerca de 50.000 bovinos por ano no Brasil.
Dr.
Armando explicou que a raiva bovina é transmitida pela mordedura de morcegos
hematófagos, que atuam como portadores, reservatórios e transmissores do vírus
da raiva. O vírus encontra-se na saliva do animal e, obviamente, é necessário
que a saliva tenha contato com a ferida, pois o vírus não atravessa a pele
íntegra. Após a transmissão, o vírus desloca-se para o sistema nervoso e o
curso da doença leva em média 10 dias. O período de incubação da enfermidade
varia de 3 a15 semanas.
Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva
paralítica, entretanto, podem ocorrer casos de raiva furiosa. O animal afetado
apresenta uma hipersensibilidade a todos os fatores externos. Ocorre uma nítida
mudança de hábito, os sintomas evoluem para perda da consciência, mugido rouco,
aumento do volume e presença de espuma na saliva, midríase, fezes secas e
escuras, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores, e evolução para
a paralisia dos anteriores. A morte ocorre 4 a 8 dias após o início dos
sintomas.
Dr. Armando explicou que nos casos de suspeita clínica
de raiva, não se deve matar o animal, a pode ocorre dentro de no máximo cinco
dias após a contactação da doença, o certo é aguardar a evolução natural do
quadro e colher material após a morte. Atenção especial deve ser dada à
necropsia, que deverá ser feita por um profissional, considerando-se o risco de
contaminação e a grande importância da forma de coleta e envio da amostra para
a eficiência do diagnóstico.
Nas regiões aonde a doença se manifesta o
controle da raiva é feito com a vacinação sistemática de 100% dos animais
susceptíveis e o controle dos morcegos hematófagos. O controle dos morcegos
hematófagos é realizado através da captura e utilização de uma pasta
anticoagulante no dorso dos animais capturados, que são libertados e voltam à
toca de origem. Quando os demais morcegos da colônia lambem o anticoagulante
morrem de hemorragia generalizada.
Para que a vacinação proteja contra a doença é
necessário que o animal seja vacinado e consiga produzir anticorpos antes da
inoculação do vírus da raiva, por isso, deve-se ter em mente que a vacina
precisa de 21 dias para oferecer proteção aos animais. Quando a vacina viva for
utilizada, vacinar somente os animais maiores de 4 meses de idade.
A aplicação deve ser intramuscular profunda, e
deve-se dedicar uma atenção especial com a conservação: não utilizar frascos
com mais de 20 doses, não utilizar nenhum tipo de desinfetante (o vírus da
raiva é muito suscetível à ação de desinfetantes comuns, tais como soluções à
base de hipoclorito, formol, iodo e compostos quaternários de amônio).
Nos próximos anos, utilizar vacinas inativadas.
Mesmo que não haja focos de raiva é necessário vacinar os animais nas áreas
endêmicas, uma vez que, existindo o morcego hematófago, pode surgir a qualquer
momento um novo foco.
Um criador das margens do Rio Itanhém falou que
já perdeu duas reses infectadas com a doença, mas segundo Dr. Armando, a doença
já foi detectada em cinco fazendas./bahiaextremosul
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