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terça-feira, 6 de junho de 2017

Você vai? 2ª edição do "Forró Nu" já tem 40 casais inscritos e levanta polêmica



Quarenta casais de todo o país já se inscreveram para participar da 2ª edição do “Forró Nu” que acontece no dia 17 de junho em Massaradupió, litoral norte que fica localizado no município de Entre Rios na Bahia, única praia de naturismo no Estado.

Pelo preço de R$ 80,00 reais, o casal pode ralar coxa, bater barriga, arrastar o pé a noite inteira, só não pode melar a cueca, mesmo porque o homem vai estar sem ela. A festança acontece no Espaço Liberdade, que fica em um sítio discreto na localidade, conhecida pelas belezas paradisíacas e por ser a única praia destinada à prática de naturismo na Bahia. Quarenta casais já confirmaram presença na festa, a associação tenta impedir o evento e prefeitura diz que acesso precisa ser restrito.

Uma banda de forró pé de serra vai animar a noite até o sol raiar. “Já temos 40 casais confirmados. Estou recebendo ligações de todo o país. Peço que as reservas sejam antecipadas o máximo possível”, anuncia David Andrade, idealizador do evento. Pelo visto, a coisa vai pegar fogo!



Mas, calma. Não é porque o forrobodó vai comer no centro que o evento é “all inclusive”. Ninguém deve se acasalar na frente dos outros. Se a coisa esquentar no salão, os mais exaltados podem ser convidados a deixar o local. O Forró Nu tem regras. Além de proibir crianças e permitir apenas casais, tem como base o código de ética do naturismo, espalhado pela praia de Massarandupió e também nos estabelecimentos da localidade.

David esclarece que, apesar de ser para casais, o evento é direcionado também para o público do naturismo. Os frequentadores devem ‘prezar pelo respeito e bom senso’. “O Forró Nu é um evento que segue o código de ética, que não permite o sexo em público. As pessoas me perguntam se é um evento liberal. Liberal é relativo. Certamente vamos receber casais liberais também. O que posso dizer é que o respeito estará acima de tudo”, garante David.

Mas a polêmica é muito maior. A realização do Forró Nu trouxe novamente à tona uma discussão antiga que, recentemente, virou motivo de batalha na localidade. De um lado os naturistas tradicionais que são contra a realização desse tipo de festa e acusam as pousadas de promoverem eventos de suingue que incentivariam a prática do sexo. Do outro lado, os estabelecimentos admitem que seu público se mistura entre naturistas e praticantes do suingue, mas dizem que são expressamente contra o sexo em público.

Vai ser uma noite para ficar marcada. Na mesma data do Forró Nu, praticamente no mesmo horário, o Arraiá do Encanto promete reunir casais liberais com direito a buffet junino e DJ. Mas, neste caso, em vez de evocar o “nu”, o anúncio revela, ironicamente, o contrário: “fantasia obrigatória”. Não deixa de ser sugestivo. A proprietária da pousada, Priscila Fernanda, diz que sua festa também proíbe crianças. E que tudo acontece em um clima de respeito. “O que a comunidade de Massarandupió quer é respeito. Mas eles não são contra os estabelecimentos liberais”, diz Priscila.

O fato é que a Associação Massarandupiana de Naturismo (Amanat), que administra a praia, não apoia a festa. Tanto que entrou com uma representação no Ministério Público para impedi-la. A ação foi o ponto de partida para a formulação de um projeto de lei que estabelece regras de convivência na praia de naturismo. O CORREIO tentou contato com o presidente da Amanat, César Xisto, para que ele opinasse sobre o Forró Nu. Mas Xisto não atendeu às ligações ou respondeu mensagens.


Já a Associação Baiana de Naturismo (Abanat), cujo presidente é um dos fundadores da praia de Massarandupió, não vê problemas com a festa. “Basta distinguir o que é naturismo e o que é festa liberal. Pela propaganda lançada por eles eu não vejo problema. Tem pessoas que são casais liberais. Cada um sabe o que quer e o que faz. Se for bom para as pousadas, ótimo”, opinou Miguel Gama.

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