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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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sábado, 24 de outubro de 2020

Livro Digital Marcados, de Caio Rossan, concorre ao 5º Prêmio Kindle de Literatura

 

Caio, porque adotou um pseudônimo?

R: Antes de tudo, agradeço pela oportunidade, algo que falta para muitas pessoas em quase todas as áreas. Existem muitos talentos que passam despercebidos em ambientes onde há favoritismo. No meio literário, quem me aprofundei recentemente, já sabia que o público leitor tem zelo cultural pelas obras estrangeiras e que boa parte dos autores brasileiros que se destacam não são bons samaritanos que ajudam autores iniciantes. Adotar um pseudônimo faz parte da estratégia de fugir da aparência do comum, que é que aconteceria caso usasse meu sobrenome de nascimento. Claro que isso é um fator definidor do sucesso (bem longe disso), mas é um mecanismo viável e porque não o fazer? 

Quando você começou a escrever o Marcados?

R: Aos 11 anos, nos intervalos as Escola Estadual Antonio Carlos Magalhães, em Jucuruçu, ainda no Ensino Fundamental e Médio, quando era dispensado de jogar bola nas aulas de Ed. Física, em noites de céu estrelado gostava de escrever num tamborete, encostado numa caixa d’água na laje de casa. Também já escrevi por calçadas e no banco do jardim, o que foi essencial para minha pesquisa. Observar as pessoas, seus comportamentos e motivações era necessário para construir bons personagens. Obviamente, nas duas décadas que se passaram, o Marcados sofreu adaptações e não trabalhei no texto constantemente. Deixei cada linha descansar por anos, como um período sabático, e vezou outra revisitava os textos, inicialmente escritos num caderno de arame e outrora salvos em um HD externo. 

O que mais te inspirou para escrever o Marcados?

R: A falta de literatura policial no Brasil. que me aproximasse dos personagens. Por isso, trouxe referências brasileiras e elementos de folclore para o meu primeiro livro, além de construir uma protagonista lúcida, abusada, justa e que também comete erros. Alguém verossímil, que parece realmente existir. Preciso citar também o fato da diversidade entre os personagens. Vivemos num país com muitas cores, não é nada coerente ter histórias com a maioria dos personagens caucasianos quando a maioria da população é negra (pardas e pretas).

 

Sobre o quê sua história fala?

R: Sobre Calila, que aos 17 anos se vê no centro de uma caçada às pessoas que estão marcadas para morrer, inclusive ela própria. A cada capítulo a trama é desenrolada, com Calila e seus aliados seguindo pistas enquanto o assassino aumenta seu número de vítimas. Calila busca apoio da polícia, mas esta não lhe dá ouvidos frente às evidências. Há também um querer político de que as mortes não fossem relacionadas pois isso representaria que um serial killer estava na cidade e isso geraria um caos e diminuição do turismo, principal fonte da receita da cidade de Alto Cedro (fictícia). 

Qual mensagem você quer passar com o Marcados?

R: Toda sinopse é apenas a ponta do iceberg. A delícia de apresentar o Marcados ao mundo através de uma empresa grandiosa como a Amazon é exatamente essa: a trama profunda, aquilo que antigamente chamaríamos de “moral da história” perpassa por traumas, julgamentos, amizades, falsidade, briga pelo poder, traições. Ninguém está à salvo em Marcados. E estamos à salvo no nosso dia a dia? Não! Talvez este seja um dos elementos que tenha feito o Marcados se manter firme, em boas colocações. 

O Marcados está indo bem desde a estreia, em 10 de setembro de 2020. Você deve isso o quê ou a quem?

R: Para quem é de fora do meio literário ou é de ler muito, pode parecer estranho. Mas uma rápida conferia no ranking da Amazon obtido na página do Marcados, mostra que o livro está entre os 50 melhores da categoria. Já estivemos em terceiro entre os mais vendidos e fomos o primeiro entre os lançamentos na categoria Crime, Suspense, Thrillers. Isso é grandioso, quando se trata de um autor iniciante, sem agente literário, sem um padrinho famoso, vindo de uma cidade minúscula do interior. 

Sua cidade deve estar orgulhosa de você. Você tem recebido algum apoio?

R: Apoio eu recebo da minha família e dos meus amigos e conhecidos que verdadeiramente torcem pelo bem. Tenho recebido contato de todos os lugares do país (e até de fora), feedbaks sobre a leitura, oportunidades de divulgação para além das fronteiras regionais. É incrível ser procurado por professores, juristas e profissionais da saúde mental que veem o Marcados com potencial para ser trabalhado em suas áreas. Há dois meses, por exemplo, eu tinha 400 seguidores no Instagram e hoje passei de 8 mil seguidores. O apoio tem sido orgânico, como tem que ser, mas obviamente investi em algumas estratégias de marketing como vídeos-resenhas que deixarei disponíveis aos interessados. Quando você diz sobre cidade orgulhosa, acredito falar sobre Jucuruçu. Como é sabido, quanto mais pequena a cidade é, mas as questões políticas dominam a mente, as atitudes e os privilégios. Não recebi nenhum apoio da gestão e nem esperei por isso (seria uma surpresa se, de maneira orgânica espontânea, um apoio surgisse). Tenho recebido convites e feedbaks de pessoas de outros lugares então a atitude (ou a falta dela) por parte de uma administração não me desanima. A ficha catalográfica do Marcados tem Jucuruçu lá e sempre será assim. Eu poderia ter inserido Teixeira de Freitas, onde moro há quase dez anos e onde tenho recebido um apoio surpreendente e positivo, mas o Marcados foi escrito dentro do território de Jucuruçu e é simbólico registrá-lo dessa forma. 

E o livro físico?

R: A pergunta que mais respondo e que é a mais dolorosa de responder. O financiamento para o livro físico exige muito mais subsídio e investimento. A versão digital foi mais viável e segura neste momento. Me especializei em Gestão e planejamento é tudo. Logo, acredito que as vendas do produto digital (que pode ser lido no celular, computador, tabletes ou no Kindle), me ajudará a alcançar o livro físico. Além disso, estou concorrendo ao Prêmio Kindle de Literatura, o prêmio anual da Amazon que dessa vez conta com a participação da Record e da TAG. O edital termina em abril de 2021 e até lá a única forma de adquirir o Marcados é o formato digital (loja brasileira: https://amzn.to/34pkafp ) e digital/impressa (loja norte-americana: https://www.amazon. com/-/pt/dp/B08HKXDRJF ). Isso acontece porque a impressão dos livros da Amazon ocorre nos EUA. Entendam que me refiro aos livros da Amazon e não aos livros de editoras que estão disponíveis na Amazon. 

Foi muito difícil escrever? Pretende seguir a profissão de escritor?

R: Escrever exigiu vasta pesquisa, principalmente para criar personagens tridimensionais, que o leitor consiguisse enxergar em um colega de classe ou de trabalho, por exemplo. A brasilidade foi uma característica que não abri mão, então esperem referências à música, literatura e folclore. Sobre seguir a profissão como escritor, pretendo continuar como estou fazendo no momento: me dividindo entre ser escritor e me dedicar à Medicina, curso no qual concluirei em dois anos. 

Para finalizar, onde você quer chegar, Caio?

R: Quero ser muito mais lido, quero a estimular outros autores independentes a lançarem suas obras, a realizarem seus sonhos e, sem romantismo, enfrentarem o mercado editorial.


Caio Rossan, com muito orgulho  ser de Jucuruçu - BA

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