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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

"Foragido da PF por fraude no INSS é visto em aldeia indígena no Sul da Bahia; Justiça avalia entrada na comunidade"

 

 

Sul da Bahia — Um homem foragido da Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode estar escondido em uma aldeia indígena no município de Camamu, no Sul da Bahia. A informação foi repassada à PF por moradores da região, que relataram a presença de um homem que se encaixa no perfil do procurado e que evita contato com autoridades. 

O suspeito, identificado como José da Silva Oliveira, 48 anos, foi condenado em primeira instância por falsificação de documentos e recebimento indevido de benefícios previdenciários no valor de mais de R$ 180 mil. Ele deixou de comparecer a uma audiência em outubro deste ano, em Salvador, e teve mandado de prisão expedido pela Justiça Federal. Desde então, está foragido. 

Segundo relatos de moradores da comunidade de Pau Brasil, localizada em área de terra indígena da etnia Pataxó, um homem com características físicas idênticas às do foragido teria sido visto nas últimas semanas, frequentando a comunidade e se apresentando como “João”, um suposto parente de um líder indígena local. Ele teria se mudado para a região há cerca de dois meses, após chegar de ônibus com poucas pertences e sem documentos. 

“Ele fala pouco, não se apresenta, mas já foi visto pagando contas em dinheiro vivo e falando de ‘benefício’ e ‘INSS’ em conversas com outras pessoas”, contou uma moradora, que pediu para não ser identificada por medo de represálias. 

A PF, por meio de sua superintendência na Bahia, confirmou que está investigando as informações. “Temos conhecimento dos relatos e já iniciamos a apuração com apoio da Coordenação Regional da Funai e da Polícia Militar. A situação é delicada, pois envolve terras indígenas, o que exige cautela e respeito aos direitos constitucionais das comunidades”, afirmou o delegado Ricardo Mendes, chefe da Divisão de Foragidos da PF na Bahia. 

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou que não tem registro oficial de José da Silva Oliveira como membro da comunidade e que, por lei, não pode fornecer informações sobre a identidade ou localização de indígenas sem autorização judicial. “Nossa atuação é de proteção e garantia de direitos. Qualquer ação de busca ou entrada em terras indígenas exige autorização da Justiça e o respeito aos protocolos de consulta prévia”, disse a assessoria da Funai. 

Ainda segundo fontes da PF, o suspeito pode ter se beneficiado da dificuldade de acesso e da baixa circulação de autoridades na região para se esconder. A aldeia fica a cerca de 60 km da sede de Camamu, acessível apenas por estrada de terra ou barco, e não possui sinal de celular em grande parte da área. 

A Justiça Federal foi notificada sobre o caso e deve decidir, nos próximos dias, se autoriza a entrada de agentes na aldeia para averiguação. A operação, caso autorizada, será conduzida em conjunto com a PF, a Funai e o Ministério Público Federal (MPF), com foco na preservação da integridade da comunidade e na segurança dos agentes. 

Caso emblemático 

O caso chama atenção por evidenciar como fraudes no INSS podem se tornar crimes de alta complexidade, com foragidos utilizando a vulnerabilidade de regiões remotas para escapar da justiça. Em 2025, a PF já registrou mais de 1.200 mandados de prisão por fraudes previdenciárias no Nordeste — um aumento de 37% em relação ao ano anterior. 

Ainda não há confirmação oficial da identidade do homem na aldeia, mas a PF divulgou fotos do foragido e pede que qualquer pessoa com informações sobre seu paradeiro entre em contato pelo Disque-Denúncia 197 ou pelo site da PF. 

Atualização: A reportagem tentou entrar em contato com lideranças da comunidade Pataxó para obter posicionamento, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno. 

Por / Jucurunet

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