Na manhã desta terça-feira (25), o município de Prado foi tomado por um forte clamor popular em prol do direito à moradia. Cerca de 1.500 pessoas, entre moradores, lideranças comunitárias e apoiadores, participaram de uma passeata organizada pelo Movimento Único da Agricultura Familiar (MUAF), exigindo a legalização e demarcação da área conhecida como BASEVI, localizada no bairro Lagoa Grande.
A concentração teve início em frente à Câmara de Vereadores e seguiu por ruas e avenidas centrais da cidade. Com faixas, cartazes e um carro de som ecoando slogans como “Moradia é direito, não privilégio!” e “BASEVI, nosso lar, nosso direito!”, os manifestantes chamaram a atenção da população e das autoridades para a situação de dezenas de famílias que vivem há anos em situação de ocupação naquela região. .
A área, segundo a Associação Lagoa Grande — principal entidade representativa dos moradores —, pertence ao domínio público e, por isso, poderia ser destinada à regularização fundiária com fins habitacionais. “Estamos aqui não para pedir, mas para exigir o que nos é garantido por lei”, afirmou um dos organizadores, destacando que o ato buscava pressionar Judiciário e poder público por uma decisão urgente.
O impasse gira em torno de um processo judicial de discriminação de terras, que definirá oficialmente os limites e a titularidade do terreno. Com a regularização, os moradores poderiam construir suas casas com segurança jurídica, além de ter acesso a infraestrutura básica e políticas públicas como saneamento, energia elétrica e serviços de saúde e educação.
Durante a manifestação, o vereador Dr. Fabiano, presente à sessão ordinária da Câmara, manifestou apoio às famílias. Ele reconheceu a gravidade da situação e cobrou celeridade do Judiciário. “Essa é uma luta antiga, de gente que quer apenas ter onde morar com dignidade. O Judiciário precisa dar uma resposta rápida — a vida dessas pessoas não pode ficar suspensa indefinidamente”, declarou.
A BASEVI tornou-se um dos símbolos da crise habitacional em Prado, agravada pelo crescimento populacional e pela ausência de políticas públicas efetivas de habitação. Diante disso, movimentos sociais têm ganhado força, articulando-se para reivindicar soluções concretas.
Para o MUAF, a mobilização desta terça marca um novo capítulo na luta por moradia popular no sul da Bahia. “Essa marcha mostra que o campo e a cidade caminham juntos quando se trata de direitos fundamentais”, afirmou um representante do movimento.
Os organizadores deixaram claro que não descartam novas ações caso não haja avanços no processo judicial. Paralelamente, pretendem intensificar o diálogo com a prefeitura, o Ministério Público e órgãos estaduais para acelerar a regularização da área..
Enquanto aguardam uma
solução, as famílias da BASEVI seguem firmes na esperança de que, em breve,
possam transformar o terreno que hoje habitam de forma precária em um lar
seguro para suas crianças e futuras gerações.
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