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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Dia Nacional de Lutas foi muito aquém do esperado

O objetivo de colocar nas ruas 6 milhões de trabalhadores durante o Dia Nacional de Lutas, que aconteceu ontem em todo o país, passou longe de ser alcançado pelas centrais sindicais. Na cidade de São Paulo, onde as manifestações foram mais fortes, o movimento conseguiu reunir 7 mil pessoas, que pararam a Avenida Paulista. Na maior parte do país o movimento foi pacífico e sem confusões, mas no Rio de Janeiro, onde cerca de 2,5 mil trabalhadores se reuniram, o protesto ganhou contornos de vandalismo no início da noite, em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, com lançamento de rojão em direção ao prédio que abriga a sede do governo estadual e pessoas ateando fogo em sacos de lixo. PMs reagiram usando gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Placas e outros equipamentos públicos foram quebrados, no Flamengo. O protesto reuniu cerca de 2,5 mil  mil pessoas, mas menos de mil participaram do ato no Palácio, segundo a Polícia Militar. Doze maiores e oito menores foram detidos.

Em todo o país, houve protestos em 156 cidades. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas e estradas reivindicar melhorias nos transportes, saúde, educação, benefícios trabalhistas e reforma agrária, entre outras pautas. Em Brasília, foram cerca de mil, segundo a Polícia Militar, ante os 5 mil esperados. Mesmo assim, as atividades de vários setores ficaram prejudicadas em todo o país: 66 rodovias foram interditadas, fábricas, portos, bancos, transporte urbano e até as plataformas de petróleo ficaram fechadas ou funcionaram parcialmente. As rodovias amanheceram paradas em diversos trechos pelo país. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 18 estados tiveram algum tipo de interdição. Os trabalhadores queimaram pneus em muitos dos atos nas vias que ficavam próximas aos distritos industriais.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a se pronunciar contra as interrupções das rodovias federais e garantiu que a PRF iria atuar junto aos manifestantes de maneira pacífica para que o fluxo fosse retomado. No fim da manhã, a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou uma liminar proibindo a interdição das vias em São Paulo e, mais tarde, no Rio de Janeiro, sob risco de multa de R$ 100 mil por hora. Com isso, as interrupções diminuíram. No Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, a mobilização também ficou aquém do esperado. Os trabalhadores objetivavam reunir 40 mil pessoas mas a maioria não foi buscada pelos ônibus da empresa e apenas 2 mil compareceram.

No maior complexo portuário do país, o Porto de Santos, parte das atividades foram interrompidas. Pela manhã 10 navios ficaram paralisados e, à tarde, sete deles ficaram sem funcionar. Transporte público, agências bancárias e dos Correios também tiveram as atividades prejudicadas. Nos Correios, 4% do efetivo, o equivalente a 4,8 mil pessoas, não compareceu ao trabalho de acordo com a assessoria de imprensa. Em nota, no entanto, a instituição afirmou que providências foram tomadas para garantir a entrega de correspondências. Entre os bancários, a estimativa é de que 1,6 mil trabalhadores cruzaram os braços.

Pauta

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, se diz satisfeito com a mobilização. “Foi positivo e conseguimos mandar um recado para o governo e despertar o interesse para a pauta trabalhista”, afirmou. A reivindicação geral de quem foi à rua ontem, organizada por 12 centrais sindicais, é retirar da gaveta uma pauta trabalhista entregue, segundo o sindicato, em 2010 e que inclui o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, reajuste para aposentados e a retirada de pauta do projeto de lei que regulamenta a terceirização e tramita atualmente no Congresso.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou que o fator previdenciário e a redução da jornada de 40 horas são pautas históricas que devem ser “muito bem negociadas”. “Elas terão resultados à medida que a gente conseguir reunir as partes interessadas em um amplo debate e se fazer um grande acordo”, disse. Dias deu a entender, no entanto, que a regulamentação dos terceirizados deve continuar em pauta, já que a situação desses trabalhadores “já está constatada e precisa de uma regulamentação”.

Passe livre

Integrantes do Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP) criticaram o modelo das manifestações sindicais. "O povo não precisa de nenhuma cartilha, de ninguém falando alto no microfone para dizer o que ele tem que fazer ou não", disse Mayara Vivian, do MPL, em referência aos carros de som e às bandeiras usadas pelas centrais.

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