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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Poluição sonora pode levar a perda de audição, mas fiscalização carece de ‘material humano’

Poluição sonora pode levar a perda de audição, mas fiscalização carece de ‘material humano’
Embora a poluição sonora já tenha gerado 27.072 reclamações para a Superintendência de Ordenamento e Controle do Uso do Solo de Salvador (Sucom) de 1º de janeiro a 27 de junho deste ano, o cenário não teve grandes progressões, contextualiza o subgerente de fiscalização da autarquia, Judielson Castro. 

“As pessoas não entendem nosso trabalho e acham que queremos estragar as festas. Já tive que entrar no carro com pressa porque tinha gente armada, os tiros pegaram no carro e em um colega”, relatou, em entrevista ao Bahia Notícias. 

Os problemas que o som alto podem trazer à saúde vão de perda de audição temporária até a permanente, afirma o médico otorrinolaringologista Jose Higino Cartaxo. 

“Vai depender do grau de agressão do som e o tempo de exposição. Tem aumentado [a poluição sonora]. Só medidas educativas [podem melhorar o cenário], tanto para aqueles que são expostos ao som como para os causadores”, acredita o médico. No entanto, Cartaxo não enxerga que o problema seja maior em Salvador na comparação com outras cidades. 

“Tirando o período de carnaval, as cidades se equivalem na agressão [sonora]”, completa. Segundo relatório da Sucom, os dez bairros com maior incidência sonora são, na ordem, Fazenda Grande do Retiro, com 770 reclamações no primeiro semestre de 2013, Brotas (657), Liberdade (640), Uruguai (634), Cajazeiras (623), Itapuã (621), Boca do Rio (593), Pituba (573), Pernambués (565) e Federação (536). 

Apesar de não figurar no “top 10”, o Imbuí sofre do problema com intensidade semelhante, é o que argumenta o presidente da Associação de Moradores de Condomínios do bairro (Amci), João Amaral. “Principalmente porque temos a ‘Passarela do Álcool’, e muitos barraqueiros gostam de colocar o som muito alto. 

Já fiz reclamações na prefeitura e até abaixaram mais, mas o problema continua”, conta. No entanto, o barulho que chega até os prédios e condomínios não afeta apenas os moradores. 

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Condomínios de Salvador (Sindeconcs), Clóvis Bonfim, alega que seus representados, porteiros, zeladores e funcionários de condomínios em geral, também se incomodam bastante com o barulho.

“Nós [o sindicato] fazemos e protocolamos as solicitações para o Ministério Público, depois elas são encaminhadas e o Ministério Público responde se a solicitação foi feita”, alegou. 

Embora a Sucom, em seu último relatório, registrou que foram realizadas 40 palestras, o principal problema seria a falta de material humano, segundo o subgerente de fiscalização. “Não temos gente suficiente. 

O número de pessoas não é suficiente para toda a cidade de Salvador, mas temos aparelho para medição de poluição sonora de excelente qualidade, a gente está na frente quanto a isso. 

Fazemos uma operação chamada Silere [silêncio em latim], junto com as polícias militar e civil, e isso tem dado resultado, e consequentemente também diminuem os crimes nesses locais”, contou Judielson Castro.

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