Por causa do escândalo de 1984, Geddel foi demitido do Baneb aos 25 anos
de idade.
Que Geddel tem a pretensão de
se lançar senador da Bahia, não é mais segredo. Resta saber se o ex-ministro
dos governos Lula e Michel Temer, chegará vivo, politicamente, até lá.
Em uma retrospectiva básica
de sua vida pública, é possível levantar alguns casos polêmicos envolvendo
desvio de verba pública, enriquecimento ilícito, etc.
Relembre os casos:
1984: aos 25
anos Geddel foi investigado por suspeita de favorecer a ele próprio e parentes
no antigo BANEB (Banco do Estado da Bahia), adquirido pelo Bradesco em 1999.
Ainda jovem ele ocupava o cargo de diretor da corretora de valores no banco.
Filho de político e irmão de político, a família Vieira Lima não poderia ficar
de fora da suspeita de enriquecimento ilícito.
Os auditores do Baneb
apontaram o envolvimento de Geddel, nos anos de 1983 e 1984, em um esquema de
desvio milionário de recursos que consistia no "favorecimento a um
restrito grupo de clientes, por meio da utilização de taxas de rentabilidade
superiores às praticadas no mercado", revelou reportagem de 2001 publicada pelo jornal "Folha de
São Paulo". Em valores corrigidos, os desvios chegariam a R$ 2,72
milhões. Em todos os casos em que foi investigado, o ex-ministro negou ter
cometido qualquer irregularidade;
1994: após
dez anos do caso que manchou o então jovem Geddel, outra bomba explode com o
escândalo dos Anões do Orçamento, episódio em que 37 parlamentares foram
acusados de manipular emendas para beneficiar empreiteiras. Nessa época, Vieira
era um dos deputados federais envolvidos, onde prestou depoimentos à CPI do
Orçamento, em 1994, e negou as acusações com lágrimas nos olhos, por diversas
vezes. Se eram lágrimas de crocodilo, não nos cabe julgar. A Odebrecht já
aparecia nessa época. Ele foi convocado a depor após seu nome constar em
documentos de um diretor da Odebrecht, ao lado de um percentual (4%).
"Esses papéis são de
caráter unilateral. Se esse percentual significa um cálculo matemático de ajuda
a campanhas eleitorais futuras, como disse o diretor da empresa, a mim não
chegou qualquer oferta. Se ousasse chegar, seria repelida de maneira
viril", declarou Geddel. Não foram encontradas provas que embasassem uma
acusação contra o deputado;
2001: o
falecido ACM (Antônio Carlos Magalhães), então presidente do senado, que não
era “flor que se cheire” grampeou, ilegalmente, através da Polícia Civil
baiana, os seus desafetos políticos. ACM divulgou para a imprensa e
parlamentares uma fita de vídeo chamada "Geddel Vai às Compras", em
que o acusava e seus familiares de enriquecimento ilícito. O vídeo mostrava
várias propriedades rurais e urbanas e outros bens que teriam sido comprados
por Geddel e seus familiares, com insinuações de que teria sido usado dinheiro
público.
Após a divulgação do vídeo,
os dois "trocaram farpas" publicamente:
"Não quero mais esse
fanfarrão mandando na República. Ele está morto. Com a morte do Luís Eduardo
[deputado, filho de ACM, morto em abril de 98], ele perdeu a alma'', disse
Geddel.
"Até as grandes figuras
têm pecados. O único (pecado) que conheço do Luís Eduardo foi ter salvo o
deputado Geddel na CPI do Orçamento, quando ele já estava fisgado",
rebateu ACM.
''Eu quero que ele diga se o
filho era honesto e defendeu um homem sério, que estava sendo injustiçado, ou
se era corrupto e defendeu um homem corrupto e desonesto. Eu acredito que ele
era um homem sério. Se ele disser que o Luís Eduardo era corrupto, eu sou
corrupto'', disse Geddel.
Ao longo da história
política, já foi possível perceber que não há inimigos mortais nesse meio.
Então após romper a aliança com o PT na Bahia, Geddel tornou-se parceiro do
herdeiro político de seu maior adversário: o atual prefeito de Salvador, ACM
Neto (DEM);
2008: Quando
comandou a pasta da Integração Nacional (2007 a 2010) privilegiou prefeituras
baianas do seu partido, o PMDB, segundo a Folha (veja aqui), baseada em dados
fornecidos pelo próprio partido, e dados do Portal da Transparência;
2016: Lava
Jato - Polícia Federal suspeita que ele teria favorecido a construtora OAS
enquanto ocupou a vice-presidência da Caixa. Em uma das conversas interceptadas
pela PF, Geddel e Léo Pinheiro - presidente da construtora OAS à época -, falam
sobre a liberação de recursos da Caixa para as obras da via expressa
Transolímpica, no Rio de Janeiro. Geddel foi citado com um dos políticos que
receberiam recursos ilegais e presentes da empreiteira baiana, mesmo em épocas
fora do período eleitoral. Geddel negou qualquer tipo de irregularidade;
2016: É o 6º ministro a cair
do governo Temer, em novembro de 2016. Pois foi acusado de que teria
pressionado o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar a construção
de um imóvel de 30 andares e 107 metros de altura em área de interesse do
patrimônio histórico em Salvador. Geddel afirma ter comprado um apartamento no
edifício, mas negou ter feito pressão sobre o ex-colega para desembargar a
obra;
2016 / 2017: Operação Cui Bono?, da Polícia
Federal (PF), investiga um suposto esquema de liberação de recursos da Caixa
Econômica Federal para companhias - dos ramos de frigoríficos, de
concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários
- por meio de direcionamento político, com participação do ex-deputado federal
Eduardo Cunha e de Geddel, que ocorreriam em troca de pagamento de vantagens
ilícitas. Geddel fazia parte de
"uma verdadeira organização criminosa", diz MPF.
As investigações da PF
partiram da apreensão de um telefone celular de Cunha durante a Operação
Catilinárias, em dezembro de 2015. A PF encontrou mensagens de texto no celular
do ex-presidente da Câmara referentes ao período em que Geddel foi
vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF, entre 2011 e 2013. Cunha e Geddel
teriam intermediado pelo menos R$ 1,2 bilhão em operações financeiras de
empresas privadas junto à CEF (Caixa Econômica Federal). A defesa de Geddel
afirmou, por meio de nota, que a "operação decorre de ilações e meras
suposições".
As operações Cui Bono? e Lava
Jato, da Polícia Federal continuam em andamento. E nós, continuamos atentos a
cada passo e suspeita de atos ilegais do baiano peemedebista.
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