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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Para que não morra a tradição fogueiras são acessas em algumas casas em Jucuruçu nesta terça feira




Para os católicos, a fogueira é símbolo de um acordo entre as primas Maria e Isabel. Numa tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora (Maria) e aproveitou para contar-lhe que, em breve, iria nascer seu filho. Ele se chamaria João Batista. Nossa Senhora queria ficar informada sobre o nascimento e perguntou: - Como poderei saber do nascimento do garoto?

- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.


A promessa foi cumprida e, um dia, Nossa Senhora viu uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia 24 de junho. Começou, assim, a ser festejado São João – com mastro, fogueira, foguetes, balões, danças, etc.

"A fogueira ta queimando em homenagem a São João...", cantou Luiz Gonzaga. De acordo com a tradição católica, a fogueira queimou, nas montanhas da Judeia, para anunciar o nascimento de João, no dia 24 de junho. Foi a forma que sua mãe Isabel encontrou para comunicar a chegada do filho à  Maria, sua prima, que também estava grávida e seis meses depois daria luz a Jesus.


"Como Maria, Isabel também engravidou contra todas as probabilidades. Não era virgem, mas dizia-se que estava estéril e tinha idade avançada quando concebeu o último filho.  Ele se tornou um pregador e ficou conhecido por batizar os gentios nas águas do Rio Jordão. [...] Para ganhar de vez o apelido de `Batista´, realizou um feito capaz de fazer inveja a qualquer outro santo: abençoou o próprio Jesus", comenta Luciana Chianca, professora de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo Luciana, tais feitos conferiram a João Batista um lugar de honra entre os santos católicos: ele é o único do qual se comemora, assim como Jesus, o dia do nascimento e não o da morte, como os demais santos.  Antes da evangelização da Europa, na Idade Média, as fogueiras eram utilizadas em rituais pagãos, que celebravam a chegada do solstício de verão no Hemisfério Norte. Como uma maneira de dar novo significado às práticas pré-cristãs, a exemplo dos cultos solares e lunares relacionados à vida agrícola, o dia 24 de junho foi incorporado ao calendário cristão, como comemoração ao nascimento de São João Batista.

"Naquele continente, a diferença entre as estações é bem marcada por um contraponto: o solstício de verão – dia com maior duração da luminosidade do sol (21 de junho) –, e seis meses depois, o solstício de inverno – dia menos beneficiado pela luz solar (21 de dezembro). Entre os mais importantes cultos solares, registrava-se por toda a Europa a queima noturna de fogueiras no solstício de verão, para festejar a vitória da luz e do calor sobre a escuridão e o frio.



A Igreja Católica adotou esses marcos cósmicos, atribuindo aos primos João e Jesus dois momentos de honra para seus nascimentos: o primeiro, perto do solstício de verão; o segundo, perto do solstício de inverno", explica Luciana Chianca. Reza a tradição popular que, para cada santo junino, a fogueira tem de ser armada de uma determinada maneira: a de São João deve ter uma base arredondada, já a de Santo Antônio deve ser quadrada e a de São Pedro, triangular

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