O sambista e cantor Almir
Guineto, 70 anos, fundador do grupo Fundo de Quintal, morreu hoje (5) no
Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ, no Fundão. Ele estava internado desde
março para tratar de uma pneumonia e problemas renais crônicos, provocados pelo
diabetes. O artista foi um dos grandes representantes do chamado samba "de
raiz".
Nascido e criado no morro do
Salgueiro, na Tijuca, zona norte do Rio, teve contato direto com o samba desde
a infância, já que havia vários músicos na família. Seu pai era violonista e
integrava o grupo Fina Flor do Samba. A mãe, conhecida como Dona Fia, era
costureira e uma das principais figuras de destaque da Escola de Samba
Acadêmicos do Salgueiro.
Nos anos 1970, Almir já era
mestre de bateria e um dos diretores do Salgueiro e frequentador do Bloco
Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época inovou ao introduzir nos pagodes o
banjo adaptado com um braço de cavaquinho.
Mais tarde, nos anos 1980,
participou da fundação do grupo Fundo de Quintal, que saiu da formação de
sambistas do Cacique de Ramos. Depois da gravação do disco Samba é no Fundo de
Quintal, partiu para a carreira solo.
Como compositor também fez
várias músicas de sucesso interpretadas por Beth Carvalho, Zeca Pagodinho,
Jorge Aragão, entre outros.
A família ainda não definiu
onde será o velório e o local do enterro.
Almir de Souza Serra (Rio de
Janeiro, 12 de julho de 1946 – Rio de Janeiro, 5 de maio de 2017) foi um
sambista e compositor brasileiro. Fundador do Fundo de Quintal, Almir Guineto
foi um dos maiores representantes do samba de raiz. Entre seus principais sucessos,
destacavam-se "Caxambu", "Conselho", "Jibóia",
"Lama nas Ruas" e "Mel na Boca".
Nascido e criado no Morro do
Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro, Almir Guineto teve contato direto com o
samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai
Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua
mãe Nair de Souza (mais conhecida como "Dona Fia") era costureira e
uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza
Serra (mais conhecido como Chiquinho) foi um dos fundadores dos Originais do
Samba.
Início de carreira[
Na década de 1970, Almir já
era mestre de bateria e um dos diretores da Salgueiro e fazia parte do grupo de
compositores que freqüentavam o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa
época, Almir inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de
cavaquinho. O instrumento híbrido foi adotado por vários grupos de samba.
Em 1979, Almir mudou-se para
a cidade de São Paulo para se tornar o cavaquinista dos Originais do Samba. Lá
fez "Bebedeira do Zé", sua primeira composição gravada pelo grupo,
onde a voz do Sambista aparece puxa o verso "Mas dá um tempo na cachaça,
Zé/ Para prolongar o seu viver" e a sambista Beth Carvalho gravou algumas
composições de Guineto, como "Coisinha do Pai", "Pedi ao
Céu"' e "Tem Nada Não".
Fundo de Quintal e carreira
solo[editar |
No início dos anos oitenta,
ele ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal junto com os sambistas Bira, Jorge
Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a
gravação de Samba É no Fundo de Quintal - primeiro LP do conjunto - e seguiu
para carreira solo. Almir conquistou fama com a premiação no Festival
MPB-Shell, da Rede Globo, em 1981, em que interpretou o samba-partido
"Mordomia" (de Ari do Cavaco e Gracinha).
Sua notoriedade como
compositor e intérprete aumentaria ao longo daquela década. Beth Carvalho
gravou "É, Pois, É" (parceria com Luverci Ernesto e Luís Carlos) em
1981, "À Luta, Vai-Vai!" (com Luverci Ernesto) e "Não Quero
Saber Mais Dela" (com Sombrinha) em 1984, "Da Melhor Qualidade"
(com Arlindo Cruz), "Pedi ao Céu" (com Luverci Ernesto) e "Corda
no Pescoço" (com Adalto Magalha) em 1987. Alcione gravou "Ave
Coração" (parceria com Luverci Ernesto) em 1981 e "Almas &
Corações" (com Luverci Ernesto) em 1983. Jovelina Pérola Negra gravou
"Trama" (parceria com Adalto Magalha) em 1987.
Em 1986, a gravadora RGE
lançou o LP Almir Guineto, que teve grande sucesso comercial. Nesse disco,
Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias com Adalto Magalha, Beto Sem
Braço, Guará da Empresa, Luverci Ernesto e Zeca Pagodinho. Entre os grandes
destaques, estão "Caxambu", "Mel na Boca", "Lama nas
Ruas" e "Conselho".
Ainda naquela década, a RGE
lançou os LPs Perfume de Champanhe (1987) - que teve repercussão com
"Batendo na Palma da Mão" (parceria com Guará da Empresa) - e
"Jeito de Amar" (1989). Em 1991, a gravadora lançou o disco De Bem
com a Vida.
Canção em Marte[editar |
Em 1997, "Coisinha do
Pai" foi programada pela engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra
para acionar um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte. No ano seguinte,
compôs com Arlindo Cruz, Sombrinha e Xerife "Samba de Marte", que
relata a história da chegada de "Coisinha do Pai" em solo marciano.
Em 2002, a gravadora Paradoxx
lançou o CD "Todos os Pagodes". Naquele mesmo ano, Almir Guineto
participou de "Bum-bum-baticum-Beto" e "Tributo a Beto Sem
Braço", dois shows em homenagem a este sambista carioca, que ocorreram
respectivamente no Bar Supimpa e Teatro João Caetano, ambos na cidade do Rio de
Janeiro.
Em julho de 2007, Almir
Guineto comemorou seu aniversário em um show, com diversos convidados, no
Espaço Santa Clara, na cidade de São Paulo. Em 2009, fez parceria com o rapper
Mano Brown, dos Racionais MC's, na música Mãos. Nos últimos meses de vida
padeceu de problemas renais e decorrentes da diabetes. Morreu aos 70 anos, no
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.
Morte[
Almir Guineto morreu em 5 de
maio de 2017, em decorrência de complicações provocadas por insuficiência renal
crônica. A doença havia sido diagnosticada no final de 2015, e desde junho de
2016 o sambista estava afastado dos palcos.[2][1]
Discografia[editar |
"O Suburbano"
(1981) Discos Beverly/Discos Copacabana
"A Chave do Perdão"
(1982) Discos Copacabana
"Sorriso Novo"
(1985) RGE
"Almir Guineto"
(1986) RGE
"Perfume de
champagne" (1987) RGE
"Olhos da Vida"
(1988) RGE
"Jeito de amar"
(1989) RGE
"De bem com a vida"
(1991) RGE
"Pele de Chocolate"
(1993) RGE
"Acima de Deus, só
Deus" (1995) RGE
"Pés" (1997) RGE
"Almir Guineto"
(1999) Universal
"Todos os pagodes"
(2002) Paradoxx
"Sambas de Almir"
(2003) Vieira Records
"Cartão de Visita"
(2012) Radar Records
Ver também[editar | editar
código-fonte]
Acadêmicos do Salgueiro
Cacique de Ramos
Fundo de Quintal
Originais do Samba
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