A área entre os ministérios
da Justiça, dos Transportes e de Minas e Energia virou um campo de batalha na
Esplanada dos Ministérios, com confronto entre a Polícia Militar e
manifestantes, que atearam fogo ao menos no prédio do Ministério da
Agricultura.
Os prédios do Ministério de
Minas e Energia, do Planejamento, da Fazenda, do Turismo e o Museu da
República, que ficam na Esplanada, foram depredados.
A Casa Civil da Presidência
da República determinou a liberação de todos os funcionários que trabalham na
Esplanada. Os prédios foram esvaziados.
A polícia soltou bombas
contra os manifestantes, que participavam da marcha das centrais sindicais
contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer.
A jornalista Gisele Oliveira,
da TV Brasil, foi levada a um hospital com estilhaços de bombas na perna. Há
também informações sobre um outro jornalista atingido no pé.
Início do tumulto
A Secretaria de Segurança
Pública do Distrito Federal divulgou um boletim informando que quatro pessoas
foram detidas pela polícia na manifestação que reúne cerca de 35 mil pessoas na
Alameda das Bandeiras, via em frente ao Congresso Nacional, segundo estimativas
da Polícia Militar.
De acordo com a Secretaria, o
tumulto começou quando manifestantes tentaram invadir “o perímetro de segurança
restrito previsto no Protocolo Integrado Tático (PrTI), mas foram contidos pela
Polícia Militar, que usou progressivamente a força”.
As detenções, ainda segundo a
secretaria, foram por porte de entorpecentes e porte de arma branca. Os quatro
foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).
O boletim policial informa
que um dos manifestantes “ao tentar atingir um policial militar com um rojão,
teve ferimento na mão devido à explosão”. O ferido foi socorrido por outros manifestantes.
O Corpo de Bombeiros fez até há pouco dois atendimentos, entre eles um
policial.
As principais vias de acesso
à Esplanada dos Ministérios (S1 e N1) continuam bloqueadas na altura da
Catedral de Brasília.
Reforço policial
A Força Nacional de Segurança
deslocou cerca de 400 homens para proteger o Ministério da Fazenda. A atuação
da Força Nacional é requerida pela Secretaria de Segurança Pública da unidade
federativa ao ministério da Justiça.
O prédio recebeu reforço na
segurança depois que manifestantes tentaram invadir o local, quebrando vidros
com paus e mastros de bandeiras. A área próxima à Fazenda agora está mais
tranquila.
Oposição toma Mesa Diretora
Deputados da oposição subiram
na Mesa Diretora do plenário da Câmara na tarde desta quarta-feira, 24, para
pedir o encerramento da sessão. Opositores protestam contra a reação da polícia
à manifestação realizada em frente ao Congresso Nacional contra as reformas
trabalhista e da Previdência e contra o governo Michel Temer, alvejado por uma
crise política após executivos da JBS incriminarem o presidente em delação
premiada. O protesto provocou a suspensão da sessão por 10 minutos.
Parlamentares do PT, PDT,
PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora e ficaram ao lado do 2º vice-presidente da
Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), que preside a sessão. Opositores gritam
palavras de ordem contra o governo como “Fora Temer” e “O povo quer votar
diretas já”.
Deputados da base aliada
reagiram com protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula
na cadeia”, gritam parlamentares da base. “Chama a segurança para tirar esses
arruaceiros daí”, disse o líder do PP, Arthur Lira (AL).
Os deputados estavam em uma
sessão de debates, mas está prevista na pauta da Casa para esta quarta a
votação de MPs.
Mais cedo, deputados como o
líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
e Orlando Silva (PCdoB-SP) relataram reação exagerada da polícia durante o
protesto realizado pelas centrais sindicais em frente ao Congresso.
De acordo com os
parlamentares, policiais jogaram bombas de gás e spray de pimenta em pessoas
que não estavam cometendo delitos, inclusive em alguns deputados./R7
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