O padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, de Bauru (SP), entrou na Justiça para tentar reverter a excomunhão que sofreu da Igreja Católica por defender os homossexuais e para voltar a frequentar a igreja.
O padre disse acreditar que, depois das declarações do papa Francisco sobre os gays, a possibilidade de reverter a situação é maior. Os advogados do padre anunciaram nesta terça-feira, 30, que ajuizaram uma medida cautelar, com pedido e liminar, para suspender os efeitos da excomunhão até o julgamento do mérito de uma ação principal para anular o processo de excomunhão.
“Com a liminar, o padre poderá voltar a se comungar e a participar de outros sacramentos da igreja”, explicou o advogado Antônio Celso Fraga. A ação principal pretende anular o processo de excomunhão, que não teria obedecido ao ordenamento jurídico brasileiro.
Segundo Fraga, as ações são contra a Diocese de Bauru, que não teria dado amplo direito de defesa ao padre e obedecido às regras do ordenamento jurídico brasileiro. Fraga ainda questiona a legalidade da excomunhão automática, que estaria em desacordo com a Constituição Federal. Segundo o advogado, as declarações dadas pelo papa Francisco sobre os gays “são importantíssimas” para conseguir sucesso nas ações.
“O papa disse que não cabe a ele julgar os homossexuais e que a Igreja tem de buscar a fraternidade e rever os excessos”, disse Fraga. Para o padre Beto, a situação seria outra, se fosse hoje. “Se fosse agora, após a visita do papa, dificilmente eles teriam me excomungado. Eles entenderiam melhor as minhas declarações”, disse o padre, excomungado há três meses por não se retratar de declarações públicas de defesa dos homossexuais.
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