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domingo, 4 de setembro de 2016

Bolsa Família entra na mira do governo e passará por pente-fino


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Depois de sinalizar que vai realizar cortes nos benefícios previdenciários e uma revisão do Sistema Único de Saúde (SUS), o presidente Michel Temer foca no Bolsa Família.

A equipe econômica do governo federal finaliza um decreto para endurecer as regras de entrada e permanência no programa social. Um pente-fino nos benefícios já está em curso.

Apenas entre julho e agosto deste ano foram desligadas 5.533 famílias do programa em Minas, uma economia de R$ 640 mil. Em todo o Brasil, os cortes batem a casa dos R$ 3,6 milhões, com eliminação de 57 mil beneficiários.

Criado no governo Lula, o programa beneficia 13 milhões de famílias no Brasil e pouco mais de 1 milhão no Estado. Para 2016, a União prevê gastar R$ 28,8 bilhões com o benefício. O montante é quase metade do necessário para pagar o reajuste do Judiciário, de R$ 58 bilhões.

“Os programas sociais do governo não podem ser diminuídos. Mas precisam ser revisados”
Lincoln Portela – Deputado federal PR-MG Estratégias

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, o decreto está sendo formulado em conjunto com os ministérios da Fazenda e do Planejamento.

“A intenção é melhorar a governança do programa e melhorar a focalização, garantindo o acesso e a permanência de quem mais precisa do Estado e pelo tempo que for necessário”, destaca, em nota.

Para isso, haverá uma ampliação do cruzamento de informações dos beneficiários com outras bases de dados, como o Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisob), Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Folha de Benefícios do INSS, Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), FGTS, guias da Previdência Social e outras.

“Temos fortes evidências de que existem participantes do programa que não têm necessidade de receber” Newton Cardoso Júnior – Deputado federal (PMDB-MG) Antes,  o confrontamento de dados era feito apenas uma vez por ano e não contava com todas essas bases. “Com este cruzamento mensal, teremos a possibilidade de efetivamente promover uma boa gestão do programa e dos recursos públicos envolvidos”, diz o ministério.

Essa é uma estratégia para barrar irregularidades, conforme o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima. “O Bolsa Família é extremamente importante para o Brasil e será mantido. Mas não serão mantidos erros e fraudes praticados e usados para atrair votos em grande parte do Brasil”, pondera Lima.

“O Bolsa Família provoca um efeito multiplicador econômico. Se o orçamento do programa for reduzido, pode haver um desestímulo da demanda interna. Com R$ 85 por mês, ninguém deixa de trabalhar” Cristiane Kerches – Professora de Gestão e Políticas Públicas da USP
Apoio

Para o deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB), a mudança é necessária. “O programa só tem porta de entrada. Porém não pode ser mantida essa dependência eterna”, afirma. Para o parlamentar, outra possível mudança é a exigência de CPF até para as crianças beneficiadas, sob pena de corte do benefício.

Além disso, o benefício poderá ser cancelado automaticamente na segunda vez que a família for notificada por inconsistências cadastrais. Atualmente, isso ocorre na terceira ocorrência. “Quanto mais pobre a região, mais importante o Bolsa Família para manter a chama da economia acesa, inclusive na geração de empregos. O mesmo acontece com os programas previdenciários, que também estão na mira do governo” Fabrício Augusto de Oliveira – Professor da Escola do Legislativo

“Vamos fazer essa revisão para atender quem realmente precisa porque tem até pessoas falecidas recebendo. E os cortes são muito necessários”, pondera. De acordo com o deputado federal Lincoln Portela (PR), o governo estima que há cerca de 500 mil famílias irregulares.

Levando em conta que a média paga aos beneficiários é de R$ 182,62, o governo alcançaria economia aproximada de R$ 91,3 milhões.

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