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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

24 de outubro - Dia da Manifestação pelo Desarmamento Mundial


A comemoração anual da Semana do Desarmamento, que se inicia no aniversário da fundação das Nações Unidas, foi estipulada no documento final da sessão extraordinária da Assembléia Geral de 1978, sobre desarmamento (resolução S-10/2). Os Estados foram convidados a salientar os perigos da corrida aos armamentos e a difundir a necessidade de seu fim. Em 1995, a Assembléia convidou os governos e as organizações não governamentais (ONG) para continuarem a participar ativamente na Semana do Desarmamento a fim de que a opinião pública de todo o mundo compreendesse melhor os problemas relacionados ao desarmamento.

Recapitulando o assunto: 

Durante os últimos dias, do mês de outubro, celebramos com diversas atividades a Semana do Desarmamento, período que se deve ao aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU). Pudemos acompanhar nos noticiários algumas iniciativas a respeito do tema, com vistas a reforçar a campanha do desarmamento em nosso pais.

Diante disto, destaco aqui alguns pontos pertinentes no debate sobre a questão armamentista, sendo eles argumentos usados pelos que defendem e pelos que condenam o desarmamento.

Quando aponto, no título deste artigo, o desarmamento enquanto estratégia a caminho da paz, o faço porque acredito, sobretudo nos tempos em que vivemos, que esta trata-se de fato da mais importante ferramenta de se construir a paz em um país: tirar as armas das mãos das pessoas e concentrá-las somente nas mãos das forças de segurança.

Quando alguém se arma, ainda que sob a justificativa (aparentemente justa) de proteger a si mesmo ou a sua família, esta pessoa está – no mínimo – se predispondo a ferir ou matar alguém. Para mim, esta constatação já justifica a vinculação do desarmamento com a paz, porque não se pode imaginar um lugar onde se viva a(em) paz, com pessoas querendo destruir as outras. Mas sei que muitos podem contra argumentar que em tempos de violência, é preciso estar preparado para enfrentar o “mal” até mesmo com mal.

De fato, precisamos tirar as armas dos bandidos, mas isso é papel da polícia e ela tem feito, ainda que não se perceba. Além de sua obrigação natural de reprimir as armas, a polícia agora recompensa com um bônus de incremento financeiro o policial ou guarnição que apreende armas de fogo. Isso é desarmamento involuntário.

Mas o desarmamento voluntário, falo este em que a própria pessoa se dispõe a entregar a arma que tem em casa por entender que, para inicio de conversa, já está em crime permanente. Este passo precisa ser dado por nós, sociedade, homens de bem, que querem segurança sim, mas não para fazê-la com as próprias mãos, nos aproximando da barbárie e do estado de guerra.

• 88% dos crimes no BRASIL são praticados por armas de fogo;
• Mais de 60 países no mundo estão se desarmando. O desarmamento não é “invenção” do Brasil;

• O Brasil é campeão mundial de mortes por armas de fogo – são mais 40 mil, enquanto os EUA matam 11 mil por ano com armas;

• 500 mil mortes em 10 anos no Brasil foram por armas de fogo;
• 1 brasileiro morre a cada 15 minutos por arma de fogo – são 95 por dia;
• De 92 mil armas apreendidas, 74 mil foram roubadas das residências de pessoas que tinham para “se proteger”;

• No BRASIL estima-se que existam 16 milhões de armas de fogo em circulação, sendo que destas, 2 milhões estão com as forcas de segurança, inclusive privadas, enquanto 14 milhões estão nas mãos da sociedade;

• De 1400 ocorrências com armas de fogo em residências em 2010, 893 envolveram crianças – isto porque ou se deixa a arma num local de difícil acesso e ela então não serve para defesa numa situação de surpresa, ou se deixa num local fácil e ela acaba encontrada por crianças que vão brincar, estimuladas pela curiosidade;

• Em tempos de paz, o Brasil tem matado mais pessoas por armas de fogo que países em tempos (anos) guerra;

• Os jovens são as maiores vítimas das armas de fogo, sobretudo homens, negros e pobres;
• Parte altamente considerável do orçamento da saúde no Brasil é gasta com atendimentos a vítimas de armas de fogo, recursos estes que poderiam ser investidos na atenção básica de saúde,
• O fato de ter uma arma em casa, muitas vezes faz com que uma discussão que poderia terminar de outras formas, acabe num velório;

• O Brasil é um dos países que mais mata suas mulheres por armas de fogo – e Alagoas tem os maiores índices deste tipo de mortes – quase sempre por seus próprios companheiros, dentro de casa, após uma discussão;

Com isto quero dizer que construir a paz precisa de ações reais, gestos concretos, ação. Paz não é substantivo é verbo e logo impele ação, movimento. O contrario de paz é a inércia, é a nossa omissão diante de realidades tão dolorosas.

Se você tem uma arma em casa, devolva, você ainda receberá uma recompensa por isso e não será criminalizado e nem punido. Se você conhece alguém que tenha uma arma (e quase todos nós conhecemos alguém) converse com ele, seja um agente de paz e ajude a tirar uma arma do futuro de Alagoa e do Brasil. Essa arma pode, mais tarde, ser usada contra você, eu, alguém que você convive, mesmo contra sua vontade, pois muitas armas são roubadas das casa de pessoas que não pensam em fazer uma maldade, mas acabam armando pessoas más.

Arma não é instrumento de defesa e sim de ataque.


Pense nisso! Entregue sua arma e dê uma chance à paz!



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