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domingo, 27 de outubro de 2013

'Fomos surpreendidos por um grupo de criminosos', diz coronel agredido

Sequência mostra agressão a coronel Reynaldo Rossi no Centro de SP (Foto: Foto: Iacio Teixeira/Coperphoto/Estadão Conteúdo)
O coronel Reynaldo Rossi disse, em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional na tarde deste sábado (26), que foi surpreendido por um "grupo de vândalos, de criminosos", durante um tumulto na noite desta sexta-feira (25) no terminal de ônibus do Parque D. Pedro II, no Centro de São Paulo. Ele concedeu a entrevista depois de receber alta do Hospital das Clínicas, para onde foi levado após ser violentamente agredido por um grupo de manifestantes conhecidos como black blocs.

O oficial da Polícia Militar teve os dois omoplatas fraturados, um integralmente, outro parcialmente, teve lesões na perna, no abdome e duas na cabeça.

O coronel narrou o momento em que foi cercado pelos manifestantes. “Fomos surpreendidos por um grupo de vândalos, de criminosos. Eles passaram a agredir a mim e a meu policial. Me recordo que fui projetado ao solo a partir de uma pancada na cabeça que eu levei. Na segunda onda de agressões, eu já estava perdendo um pouco a lucidez”, declarou.

Apesar da violência com que atacado, ele afirmou que não chegou a temer pelo pior. “A Polícia Militar não teme pelo pior. Eu, assim como todos os meus 60 policiais feridos, a gente cumpre a nossa parte”, afirmou.

O coronel é conhecido por ser o negociador da Polícia Militar nas manifestações que acontecem na região central. Para ele, há uma minoria que não aceita negociar. “Eu presumo que existe uma minoria que não quer interlocução, não quer negociação. Mas existe, sim, uma maioria que em conjunto com a Polícia Militar poderia coibir a invasão desses criminosos nas manifestações legitimas”, disse.

O coronel afirmou que o sentimento é de dever cumprido, mas pede mudanças na legislação. “Estou me sentindo como todos os policiais que se feriram até hoje, sentimento de dever cumprido, mas com uma clareza muito grande que só uma mudança legislativa e um conjunto de ações que transcendam as ações de polícia vão poder resolver esse problema”, ressaltou.

Ele disse que foi atacado após tentar prender alguns vândalos que estavam depredando o patrimônio público. “Eu me dirigia para o Parque D. Pedro para tomar pé dos primeiros conflitos que foram gerados aí pelos criminosos. Nos deparamos com autores de danos de novos pontos de ônibus. Tentamos prendê-los. No momento que nós passávamos a conduzi-los, fomos surpreendidos por um grupo de vândalos, criminosos, que passaram a agredir a mim e a meu policial. Era uma moça que nos havíamos tentado prender”, recordou.

Mesmo ferido, ele procurou conter o ânimo dos seus comandados para preservar a integridade física das pessoas que transitavam pelo terminal de ônibus naquele momento. “Quando consegui chegar junto a policiais militares fardados, por cautela e formação profissional, pedi para alertar aos comandantes para continuar com a mesma estratégia operacional que havíamos adotado para aquela manifestação. Qual seja: garantir a ordem, preservar a integridade física das pessoas e que o fato de eu ter sido atingido nao deveria mudar essa orientação”, revelou.

Por ter sido atacado pelas costas, o coronel afirmou que não teve sequer chance de esboçar uma reação. “Não havia essa possibilidade. Primeiro porque fui atingido pelas costas. E segundo por minha intenção naquele momento de só manter a prisão daqueles indivíduos que tínhamos conseguido fazer. Apesar do porte da arma e, inclusive pelo meu policial, optamos por preservar terceiros e não efetuar disparos e, graças ao conjunto de ações, saí e permiti que as coisas continuassem a bom termo”, disse.

Para ele, a agressão sofrida foi um ataque ao estado democrático de direito. “Não é o homem que está send atingido ali, é o estado de direito. É o estado que está ali para inclusive garantir esse direito de livre manifestação”, destacou. G1

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