O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e mais 41 deputados de 13 partidos estão entre os
políticos que serão investigados por determinação do ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal. Todos foram citados nos depoimentos de delação premiada
de ex-diretores da empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Com 11 deputados alvos de
inquérito, o PT é a sigla com maior número de parlamentares a serem
investigados. Em seguida, com cinco, estão o DEM e o PP, o PMDB e PSDB, com
quatro e o PR, com três.
O PSD, o PSB e o PRB têm dois
deputados cada na lista de investigados. Já o PPS, SD, PCdoB e PTB têm um
parlamentar na lista.
Com a abertura da
investigação, os processos devem seguir para a Procuradoria-Geral da República
(PGR) e para a Polícia Federal (PF) para que sejam cumpridas as primeiras
diligências contra os citados. Ao longo da investigação, podem ser solicitadas
quebras de sigilo telefônico e fiscal, além da oitiva dos próprios acusados.
Investigados
No PT, serão investigados, os
ex-presidentes da Casa, Marco Maia (RS) e Arlindo Chinaglia (SP), além de
Carlos Zarattini (SP), Nelson Pellegrino (BA), Maria do Rosário (RS),
Vicentinho (SP), Vander Loubet (MS), Zeca Dirceu (PR), Zeca do PT (MS), Vicente
Cândido (SP) Décio Lima (SC).
Além do atual presidente da
Casa, Rodrigo Maia (RJ), no DEM serão investigados os deputados José Carlos
Aleluia (BA), Felipe Maia (RN), Rodrigo Garcia (SP), e o ex-relator do projeto
de iniciativa popular das Dez Medidas Contra Corrupção Onyx Lorenzoni (RS).
No PP foram autorizadas
abertura de investigação contra os deputados Mario Negromonte Junior Jr (BA),
Paulo Henrique Lustosa (CE), Cacá Leão (BA), Júlio Lopes (RJ) e Dimas Fabiano
Toledo (MG).
No PMDB serão investigados os
deputados Lúcio Vieira Lima (BA), irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo
da Presidência da República Geddel Vieira Lima, Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro
Paulo (RJ) e Daniel Vilela (GO).
Já no PSDB, são alvo das
investigações o deputado Jutahy Junior (BA), Yeda Crusius (RS), João Paulo Papa
(SP) e Betinho Gomes (PE).
No PR, além do ex-presidente
da legenda, Alfredo Nascimento (AM), são alvo de investigação João Carlos
Bacelar (BA) e Milton Monti (SP). No PSD serão investigados Fábio Faria (RN) e
Antonio Brito (BA).
Já no PSB, serão investigados
José Reinaldo (MA) e Heráclito Fortes (PI). No PRB, Celso Russomano e Beto
Mansur, ambos de São Paulo.
Também serão investigados os
deputados Paulo Pereira da Silva (SD), Daniel Almeida (PCdoB-B), Paes Landin
(PTB-PI) e Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) da Reforma da Previdência.
Outro lado
Lamentando a divulgação de
inquéritos sem que os citados "tivessem conhecimento do que são
acusados", a bancada do PT na Câmara divulgou uma nota em que diz que
todos os parlamentares da legenda provarão sua "inocência no
processo".
"É uma ação que criminaliza
a política no país e um sistema que até recentemente permitia o financiamento
empresarial de campanhas eleitorais. Delação não é prova, não servindo,
portanto, para a condenação antecipada de qualquer pessoa citada nas
investigações", disse a sigla por meio de nota.
O PSDB também se manifestou.
O líder do partido na Câmara dos Deputados, Ricardo Trípoli (SP), disse que a
bancada confia na Justiça e nas instituições e defendeu transparência na
divulgação dos processos. "O fim do sigilo das investigações permitirá que
os citados exerçam plenamente o direito de defesa e que a verdade, enfim,
prevaleça.
É fundamental, todavia, que o
trabalho das instituições não paralise o país. Há uma agenda de reformas
pendente no Congresso e elas são cruciais para a reativação da economia e a
geração de emprego", disse o parlamentar, também em nota.
O líder do PMDB na Casa, o
deputado Baleia Rossi (SP), também defendeu o levantamento dos sigilos por
parte do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, a publicidade é "importante
para o conhecimento público e o julgamento com direito à ampla defesa".
Em coletiva de imprensa, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o processo "vai comprovar
que são falsas as citações dos delatores". "Os inquéritos serão
arquivados. Eu confio na Justiça e vou continuar confiando sempre.
O Ministério Público e a
Justiça vão fazer o seu trabalho de forma competente, cabe ao Congresso cumprir
seu papel institucional de legislar. Há separação dos Poderes", disse
Maia.
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