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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Lista de Fachin envolve 17 partidos e R$ 450 milhões


Ministro Edson Fachin abre inquéritos que envolvem deputados, senadores e governadores

Tribunal Federal, Edison Fachin —, pela Procuradoria-Geral da República em 76 inquéritos, envolvem políticos de 17 partidos, entre deputados federais, senadores, presidentes da Câmara e do Senado, governadores e prefeitos. Os valores das propinas e desvios atribuídos aos implicados na “Lista de Fachin” chegam a R$ 451,049 milhões, de acordo com levantamento da Agência Estado. 

Desse total, os delatores da Odebrecht dizem ter repassado R$ 224,6 milhões por obras e contratos nos governos federal, estaduais e municipais e R$ 170 milhões por medidas provisórias, emendas parlamentares e resoluções legislativas que atendiam aos interesses da empreiteira.

Nestas somam, não estão incluídos as delações que foram enviadas por Edson Fachin para instâncias inferiores ou outros tribunais como o STJ e envolvem, entre outros políticos, quatros ex-presidentes da República, que não têm mais foro privilegiado. Se forem incluídas essas menções, as propinas chegam aos bilhões. 

O atual presidente também é citado, mas não pode ser investigado, porque se trata de fatos anteriores à posse no cargo Os depoimentos dos delatores revelam a influência da maior empreiteira do país, com base em acertos e pagamento em dinheiro para algumas das principais siglas do sistema político do país, como PT, PMDB, PSDB, PP, PR, PSD, PDT, PCdoB, DEM, SD, e PSB.

Todos os candidatos que disputaram segundo turno — ou venceu no primeiro —, desde que o país voltou a ter eleição direta, também são citados como envolvidos nos inquéritos do STF ou que foram remetidos para das demais instâncias: Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Serra, Dilma Roousseff, Geraldo Alckmin e Aécio Neves.

O inquérito que envolve as maiores propinas que a empreiteira afirma ter pago é o da compras das medidas provisórias 470/2009 e 613/2013. A primeira, segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República, motivou o pagamento de R$ 50 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010, e em razão da segunda a empreiteira relatou ter desembolsado R$ 100 milhões para a campanha de reeleição da presidente, em 2014.

A Odebrecht contabilizou ainda o pagamento de R$ 7 milhões no Congresso para a aprovação das MPs. Ao todo, segundo a empreiteira, R$ 4 milhões foram distribuídos aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDBAL), mais R$ 2 milhões ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e aos deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambas as MPs favoreciam a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht.

A 470 alterava a forma de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a 613 concedia incentivos tributários a empresas químicas. Custo Em seu depoimento, o empresário Marcelo Odebrecht disse que não era incomum na edição de MPs o governo deixar "pontas soltas". "Às vezes, até a Receita colocava de propósito.

E a gente tinha de ajustar via relator no Congresso. Isso aumentava o famoso custo Congresso." Para aprovar uma resolução no Senado que favoreceria a Braskem, por exemplo, os delatores da Odebrecht afirmaram à Procuradoria da República que pagaram R$ 4 milhões a Jucá e R$ 500 mil a Delcídio Amaral, então senador pelo PT. 

Em outro caso, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) recebeu, segundo os delatores, R$ 661,5 mil para apresentar emendas em quatro MPs do interesse do grupo. Por fim, Renan e Jucá teriam recebido R$ 5 milhões pela MP 627/2013, que beneficiava subsidiárias da Odebrecht no exterior.


O segundo maior desembolso relatado pela Odebrecht envolve a obra da usina Santo Antônio, em Rondônia. A empresa diz que foram distribuídos R$ 50 milhões para os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Sandro Mabel (PP-GO) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de Jucá. 

O terceiro maior caso investigado é o de pagamentos relacionados a obras viárias do governo de São Paulo, envolvendo o senador José Serra (PSDB-SP) e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, cujos pagamentos Do total de recursos citados nos inquéritos nem tudo saiu dos cofres da Odebrecht. 

Operação Lava Jato

Alguns pagamentos foram feitos em parceria com outras empreiteiras, quando havia interesse em comum em jogo

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