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“Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho”

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Prefeita Mayra Brito enfrenta protesto popular em Prado

Após seis meses à frente da Prefeitura do Prado, a prefeita Mayra Brito (PP) ainda não caiu nas graças da população, especialmente pela postura adotada para tentar anular um concurso púbico feito pelo ex-prefeito Jonga Amaral (PCdoB), falta de habilidade política para lidar com os pradenses, além dos sérios problemas na área da saúde pública, desde fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), falta de medicamentos nos postos de saúde e mortes consideradas estranhas ocorridas no Hospital Municipal Jonival Lucas, que apesar de não ser gerido pelo município, funciona graças a uma parceria com o Executivo.

E na tarde desta segunda-feira (02/07), a exemplo do que vem acontecendo em todo o país, manifestantes saíram às ruas do Prado em um ato de protesto. Pouco tempo depois os manifestantes, inclusive com faixas e cartazes apresentando dizeres contra a chefe do executivo local, bloquearam a rodovia BA-489, a mesma que liga a sede do município a Itamaraju. Segundo informações do ex-vereador Edmundo Santos (PT) a rodovia estadual ficou interditada por cerca de quatro horas e só foi liberada após uma longa negociação da Polícia Militar. Os manifestantes queimaram galhos de árvores e pneus velhos para interditar as duas faixas da pista.
O manifesto só terminou por volta das 19h desta terça-feira (02), dia em que se comemorou a Independência da Bahia e de acordo com as palavras de ordem proferidas pela liderança do protesto, os pradenses precisavam ir às ruas para demonstrar indignação contra as medidas adotadas pela prefeita Mayra Brito. Mais segurança e esclarecimento de homicídios ocorridos no município também estavam entre as reivindicações.
Duas mortes

Até os dias atuais ainda gera desconfiança da população duas mortes ocorridas durante procedimentos médicos no Hospital Municipal Jonivel Lucas, em Prado. Primeiro, em 8 de abril último, Elieuza Bier da Cruz, moradora de uma comunidade conhecida por Morro da Fumaça, nas proximidades do distrito de Cumuruxatiba, morreu após dar entrada na unidade hospitalar. A paciente teria passado mal em casa, recebeu atendimento de uma enfermeira de Cumuruxatiba por volta das 20h e ainda chegou a ser socorrida por uma ambulância do SAMU. Pouco tempo depois, já nas dependências do Hospital Municipal, ela não resistiu e veio a óbito. A causa da morte ainda é desconhecida.

Poucos dias após essa morte a assessoria da prefeita Mayra Brito (PP) rechaçou a informação de atendimento inadequado ou falta dele e ainda ameaçou que o setor jurídica do município estaria “formulando uma representação junto à Justiça local no sentido de responsabilizar alguns sites da cidade”, esses que denunciaram a desconfiança nos procedimentos médicos na época..

No dia primeiro de maio deste ano de 2013, menos de um mês após a morte de Elieuza, a jovem Luciene Tavares de Lima, 29, moradora do bairro São Brás, na sede, deu entrada no Hospital Jonival Lucas em estado de parto. Durante todo o dia daquela quarta-feira (01/05), Luciene permanecia internada e sentido contratações.

Segundo informações do médico Frank Campos, divulgadas em forma de nota pela assessoria de comunicação do município, durante o dia foram feitos pelo menos cinco exames de toques, quando o quadro da mãe sempre apresentou como normal para serviço posterior de parto.

Ainda segundo a nota, já por volta das 19h, quando Luciene teria passado pelo 5º exame de toque, a mesma apresentava dilatação necessária para realização de um parto normal. “Às 19h30 a grávida foi levada para a mesa de parto. O quadro dela era normal, não apresentava nenhuma complicação como pré-eclampse e diabetes. O ultrassom mostrava a criança na posição correta para o nascimento. Na hora do nascimento, Luciene chegou a ter dificuldades para colocar a criança para fora, fizemos manobras e aplicamos medicações para facilitar a saída do bebê. Cerca de duas horas depois, às 21h45, a criança nasceu, porém sem nenhum sinal vital. Levamos a criança para mesa, fizemos por 40 minutos trabalho de reanimação, mas o bebê não apresentou nenhuma reação”, informou na nota o médico Frank Campos.
A avó do bebê morto lamentou o fato ainda dentro das dependências do Hospital Municipal de Prado

Mesmo diante dessas informações alguns procedimentos geraram estranheza em familiares e outros moradores do Prado. Primeiro o tempo de internação para que fosse realizado o procedimento de parto e depois, se foi feito o exame de ultrassom e as condições do bebê estavam normais, porque o óbito não foi constatado com antecedência. Por último, também não convence a informação que uma criança que já estava em óbito no nascimento, permanecer por 40 minutos recebendo todo o atendimento possível para reanimação.

Até o fechamento dessa reportagem a secretaria municipal de Saúde do Prado, não informou se alguma sindicância foi aberta para investigar o caso, que a partir de agora pode parar no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Na época do caso foi divulgada uma informação considerada esdrúxula, dando conta que a mãe de Luciene e avó do bebê morto, Maria Domingas, 55 anos, apesar de levar para caso a criança em um caixão, ainda “agradeceu ao médico pelos esforços”.

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