Os conflitos no sul baiano estão cada vez mais acirrados, a ponto do Ministério Público Federal (MPF) enviar um pedido oficial para que o Ministério da Justiça e o governo baiano adotem medidas a fim de encerrar a disputa entre índios e fazendeiros na região. O assunto tem sido tema de reuniões até em Brasília, como o encontro entre o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o pré-candidato ao governo do Estado e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima.
Ele explicou ao Bahia Notícias que foi a Brasília junto com uma comitiva de produtores rurais e partiu para o ataque contra a forma como o governador Jaques Wagner (PT) tem lidado com a questão. “O governador tem que ter liderança do processo e não ficar em cima do muro correndo o risco. Um Estado que pede ao Ministério Público para resolver questão de bloqueio de estradas, por exemplo, é um Estado que confunde autoridade com autoritarismo.
Que tem medo de exercer a autoridade e suas prerrogativas. Daqui a pouco Wagner vai passar o governo do Estado para o procurador [da República do MPF] e quem vai governar é o Ministério Público. Tenho o maior apreço pelo MP, mas esse não é o papel dele”, pontuou.
De acordo com Geddel, o vice-presidente do Brasil se mostrou preocupado com os conflitos e prometeu criar um grupo para “sentar a mesa e ver qual a melhor saída” em relação à demarcação de terras, processo parado há um ano e meio no Ministério da Justiça. “Pedi uma intervenção mais direta, não só a convocação da Força Nacional, que não vai para zona rural.
Pedi que se criasse logo o processo de intermediação. Não é possível tratar de forma contemplativa ou achar que pedir apoio da Força Nacional vai resolver o problema”, completou. Geddel ainda voltou a criticar o adversário petista, que para ele teria de comandar toda a negociação. “Tem que ser liderado pelo governador, que tem instrumento para tal. Ele não pode abrir mão do fato de ser governador”, completou o peemedebista.
Recentemente o governador esteve reunido com fazendeiros para tratar do tema. Geddel ressaltou ainda o prejuízo dos conflitos para a população, índios, proprietários rurais e para a imagem da Bahia no cenário nacional. “Claro que fica prejudicada a imagem do estado, é evidente. Não é boa a forma com que está sendo conduzido todo o processo”, finalizou.
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