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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Baianos citados em delação se defendem por meio de notas


 Baianos citados em delação se defendem por meio de notas

Entre os 17 políticos delatados estão Wagner (PT), Lídice da Mata (PSB), Geddel (PMDB) e Imbassahy (PSDB) Agência Brasil. Entre os 17 políticos delatados estão Wagner (PT), Lídice da Mata (PSB), Geddel (PMDB) e Imbassahy (PSDB)Joá Souza | Ag. A TARDE e Antonio Cruz | Agência Brasil Dois dias depois que a delação que envolve 17 políticos baianos foi divulgada, o governador Rui Costa (PT) ainda não se manifestou sobre o documento. 

A assessoria do governo havia se comprometido a enviar, na noite de ontem, uma declaração oficial do mandatário sobre o conteúdo da delação do  ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Mello, que o coloca como beneficiário de R$ 10 milhões durante a campanha para o governo em 2014.

Mas a resposta que chegou, através da Secretaria de Comunicação, veio em nome do ex-governador Jaques Wagner, padrinho político de Costa e que, segundo a delação, teria pedido recursos para o colega.

De acordo com a delação,  receberam recursos: o governador   Rui Costa e o ex-governador Jaques Wagner (PT), a senadora Lídice da Mata (PSB), o ex-ministro da Secretaria Geral da presidência  Geddel Vieira Lima (PMDB), os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB), Jutahy Junior e Antonio Imbassahy (PSDB), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Antonio Brito (PSD), Arthur Maia (PPS), José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado (DEM), Benito Gama (PTB), os deputados estaduais Adolfo Viana (PSDB) e Leur Lomanto Júnior (PMDB), o vereador Paulo Magalhães Jr. (PV), o ex-deputado Colbert Martins (PMDB).

“Trata-se de uma delação repleta de inverdades”, afirma Wagner, atual secretário do Conselho de 
Desenvolvimento Econômico da Bahia (Codes), que teria recebido R$ 10,5 milhões entre 2006 e 2010, segundo o delator. Ele disse que o seu relacionamento com Mello, e com representantes de outras empresas, “sempre foi norteado na defesa dos interesses do Estado”.

“Estou absolutamente tranquilo porque não houve qualquer ato ilícito. Vou  defender de forma intransigente o completo esclarecimento dos fatos porque a sociedade tem o direito de conhecer a verdade”, completou.

Babel e Bitelo

 Tranquilos ou não, os políticos procurados por A TARDE não atenderam aos telefonemas ontem. No Facebook, os políticos reduziram as postagens desde sexta-feira. Lúcio Vieira Lima desejou “um bom dia a todos” e um internauta saudou os irmãos Babel e Bitelo, apelidos de Geddel e do próprio na lista da Odebrecht.

Os valores indicados na delação referentes a políticos baianos oscilam entre R$ 50 mil entregues ao vereador Paulo Magalhães Jr. e ao deputado estadual Adolfo Viana, até os R$ 6,8 milhões repassados a Geddel Vieira Lima. A TARDE tentou, sem sucesso, contato com o ex-ministro.

O deputado Antonio Imbassahy tampouco atendeu o telefone durante a tarde de ontem. A sua assessoria  informou que o parlamentar  viajou a São Luís para o enterro do deputado João Castelo (PSDB-MA), que  morreu ontem pela manhã em São Paulo. Imbassahy, porém, encontrou-se com Temer ontem (leia na página B1). Sua assessoria afirmou que todas as doações recebidas nas campanhas do deputado foram registradas e são legais.

Em nota emitida à imprensa ontem,  o deputado Aleluia afirmou que em 2010,  quando foi candidato ao Senado Federal, a legislação  não exigia que o candidato especificasse em sua prestação de contas o nome de quem fez a  doação  original ao partido, como começou  a ser feito desde 2014. “Todos os recursos arrecadados e aprovados estão declarados no TSE”, garantiu o deputado que, segundo a delação, recebeu R$ 300 mil da Odebrecht.

A senadora Lídice da Mata, que aparece como beneficiária de R$ 200 mil,  declarou que todas as doações que recebeu foram dentro da legalidade. Lídice pediu  que se explique o que é  doação e  propina. “Espero que tudo seja esclarecido rapidamente. Continuarei representando e defendendo a Bahia de cabeça erguida”, afirmou.

51 políticos

O depoimento de delação premiada na Lava Jato do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho cita os nomes de 51 políticos de 11 partidos. Ele era o responsável pelo relacionamento da empresa com o Congresso Nacional e trabalhava na Odebrecht há 27 anos, sendo 12 deles em Brasília.

Cláudio era homem de confiança de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que está preso em Curitiba.

Formado em administração de empresas, Cláudio Melo Filho trabalhou em obras em Goiás e no metrô do Distrito Federal. Em 2004, assumiu a diretoria de relações institucionais substituindo o pai, Cláudio Melo. No acordo de delação premiada com a Lava Jato, Cláudio diz que dava prioridade para as relações com políticos de grande influência no Congresso.

Também identificava aqueles que chamava de “promissores”: políticos em ascensão e que, no futuro, poderiam defender os interesses da Odebrecht.

Em maio, o ex-diretor foi denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Vitória de Pirro, acusado de oferecer R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello para blindar executivos da Odebrecht na CPI da Petrobras. Porém, o juiz Sérgio Moro avaliou que as evidências eram frágeis e não aceitou a denúncia. O delator está em liberdade.

Cláudio Melo Filho também foi citado na operação Acrônimo, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.

O acordo de delação que Cláudio Melo Filho está negociando com os investigadores da Lava Jato envolve a cúpula do PMDB em um esquema de repasse de propina em troca de apoio a projetos de lei de interesse da Odebrecht.

Segundo o delator, o “núcleo dominante” no Senado era formado por Romero Jucá (RR), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e por Eunício Oliveira (CE). Na Câmara, Cláudio afirmou que concentravam as arrecadações Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer.

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