Guarda Presidencial faz a segurança no Palácio do Planalto
Uma greve geral convocada
pelas maiores centrais sindicais brasileiras busca chamar a atenção do País
nesta sexta-feira 28 para duas das principais propostas do governo de Michel
Temer, a reforma trabalhista e a reforma da Previdência. Inúmeras categorias vão
aderir ao movimento que denuncia mudanças na legislação e Constituição
percebidas como prejudiciais aos trabalhadores.
A greve foi convocada por
oito centrais sindicais: CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e
CGTB. Juntas, elas representam mais de 10 milhões de trabalhadores. Além de
centrais opositoras ao atual governo, como a CUT, ligada ao PT, a paralisação
contará também com aquelas tidas como aliadas de Michel Temer, como a Força
Sindical. Comandada pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força
(SD-SP), a Força ameaça romper com o governo caso o fim do imposto sindical
seja confirmado.
Também estão a favor da greve
as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, ambas do campo da esquerda, que
surgiram para lutar contra o impeachment de Dilma Rousseff. Pesa a favor do
movimento também a pressão de diversos setores da Igreja Católica.
Diversos bispos convocaram
seus fiéis para a greve e, na quarta-feira 25, o secretário-geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, afirmou
que o Executivo e o Congresso são pouco sensíveis às manifestações da sociedade
sobre as mudanças na Previdência e na legislação trabalhista.
A reforma trabalhista foi
aprovada na noite de quarta-feira 26, com 296 votos favoráveis e 177
contrários. O texto seguirá para o Senado, onde as centrais sindicais apostam
em Renan Calheiros (PMDB-AL) para barrar as mudanças drásticas feitas na
Consolidação das Leis do Trabalho.
Os 296 votos foram
suficientes para aprovar a reforma trabalhista, que tramita como um projeto de
lei, mas são menos que os 308 necessários para aprovar mudanças na
Constituição. Essa margem será necessária para o governo aprovar as mudanças na
Previdência, que devem ir ao plenário da Câmara em maio.
A Comissão Especial da
Reforma da Previdência adiou para a semana que vem o final da discussão do
relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA). O presidente da comissão, deputado
Carlos Marun (PMDB-MS), disse que pretende terminar a lista de inscritos na
terça-feira 2 e votar o substitutivo até quinta-feira 4.
O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que agora vai trabalhar para conseguir os votos
necessários para aprovar a reforma da Previdência. Maia lembrou que, nas
últimas semanas, houve problemas na articulação das votações, principalmente na
base de apoio do governo, mas ressaltou que, graças a uma "reorganização"
o projeto da reforma trabalhista teve 296 votos.
Questionado por jornalistas
sobre o fato de o número de votos a favor da reforma trabalhista não ser
suficiente para aprovar a reforma da Previdência, Maia respondeu que ainda há
tempo para atuar junto aos deputados em favor da aprovação.
Além de cargos, uma das
moedas de troca do governo na busca pela aprovação da reforma da Previdência
deve ser a compra de apoio parlamentar por meio de anúncios publicitários em
veículos de imprensa que concordem em falar bem da reforma da Previdência.
Ficará a cargo dos deputados e senadores escolher os veículos de comunicação
para elogiar a reforma da Previdência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário