Se ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva fosse condenado por todos os crimes pelos quais é acusado na
Justiça, ficaria de 519 a até incríveis 1.795 anos na cadeia, de acordo com a
revista Istoé. Segundo a publicação, usando o mesmo critério, o ex-presidente
do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), poderia amargar até 247 anos na prisão.
Sua pena mínima seria de 60 anos.
Já o líder do governo no
Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não ficaria menos do que 39 anos no cárcere,
podendo alcançar 170. Um grupo multipartidário de cinco expoentes políticos
analisados por ISTOÉ não registra cifras menos assustadoras. Somadas, suas
penas podem variar de 678 anos a fenomenais 2.527 anos no xilindró.
O cálculo é hipotético pois,
no Brasil, ninguém fica mais de 30 anos na prisão. Mas o turbilhão Odebrecht
aumentou em muito o tamanho do risco jurídico-emocional que corrói a classe
política, cujo encalço é vigiado pela Polícia Federal e pelo Ministério
Público.
O levantamento feito pela reportagem
de ISTOÉ inclui o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), um dos
principais auxiliares do presidente Michel Temer. Se implicado por todos os
crimes, Padilha, correria o risco de pegar uma pena de 67 anos.
O mesmo cálculo se aplica ao
ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), e ao presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O ex-ministro e ex-governador José Serra
(PSDB-SP), por sua vez, poderia ser condenado a uma pena máxima de 89 anos de
detenção. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), entre 5 e 25
anos.
Ainda de acordo com a
revista, o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto
Veloso, lembra que são os magistrados, e não os procuradores, quem definirão se
os políticos são culpados ou não e qual o tamanho da pena proporcional ao crime
que eles realmente cometeram. O levantamento, baseado em inquéritos policiais e
denúncias do Ministério Público, mostra que, quanto mais maduros estão os
processos, maiores sãos os riscos de temporadas mais longas na prisão. Como
Lula tem mais ações penais que os outros, está bem à frente dos colegas.
O cálculo não considerou
todas as investigações do petista e de Renan, ambos com mais de dez
procedimentos criminais na Justiça, mas apenas as denúncias ou os inquéritos
derivados das delações da Odebrecht.
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