Tanto que a celebração oficial começou no intervalo com direito até mesmo a aplausos da torcida adversária. Os jogadores ficaram reunidos no vestiário, acompanhando o jogo em Criciúma. Assim que foi confirmado o triunfo catarinense, os atletas voltaram para o gramado correndo e comemorando a conquista, que premia o melhor time da competição, com uma campanha irretocável. A equipe mineira foi campeã com quatro rodadas de antecedência, igualando feito do São Paulo, em 2007. "Maravilha, agora é só comemorar. A torcida em BH tem que comemorar bastante", disse Borges, sem esconder a euforia.
Mais eufórico ainda foi o diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, que usou a famosa frase do ex-técnico Zagallo: "vocês vão ter que engolir e vem mais por aí", afirmou no microfone da Rádio Itatiaia, em tom de desabafo. O técnico Marcelo Oliveira foi bem mais contido. "Vamos concentrar para o jogo que é importante, temos um compromisso, outras equipes interessadas, vamos concluir o trabalho e depois a gente comemora. Mas estão todos de parabéns pelo título", salientou.
O técnico Ney Franco, após dar um abraço no amigo Marcelo Oliveira, a quem indicou para substituí-lo no Coritiba e que, segundo concordam os dois, têm estilos semelhantes de trabalho, ressaltou o fato de seu time enfrentar o já campeão brasileiro. "O Cruzeiro já é o campeão e nós estamos nessa luta danada pelo G4", observou o ex-treinador da base cruzeirense. E a exemplo do que ocorreu em outros jogos desta 34ª rodada, os jogadores das duas equipes cruzaram os braços, antes do início do jogo, em protesto articulado pelo Bom Senso Futebol Clube.
A tranquilidade cruzeirense de um lado e a obrigação de somar os três pontos para o Vitória continuar brigando por vaga no G4, deixou o jogo totalmente aberto. Os dois times criaram e desperdiçaram muitas chances. Antes de Willian, abrir o marcador para os campeões brasileiros, o time baiano teve suas possibilidades, com Marquinhos e Dinei, principalmente, mas esbarrou no goleiro Fábio e também em seus erros de finalizações.
O Cruzeiro mostrava falhas em seu sistema defensivo. Leandro Guerreiro, o substituto de Nilton, lesionado, demonstrava falta de ritmo, por ter ficado muito tempo sem jogar. Quando tinha a posse de bola, no entanto, a equipe celeste chegava com perigo, como em um lance em que Willian, que substituiu ao suspenso Everton Ribeiro, bateu forte, obrigando a Wilson a fazer boa defesa. Aos 21 min, Borges recebeu a bola na área baiana, girou bem, mas errou o alvo, por pouco. Três minutos depois foi a vez de Marquinhos chutar e Fábio fazer ótima defesa.
A inusitada volta do time cruzeirense, já campeão brasileiro, para o gramado deu o tom do segundo tempo. O Vitória aguerrido e correndo muito, enquanto o Cruzeiro tentava concluir a partida da melhor maneira e, se possível, com triunfo. Aos 5 min, no entanto, o time anfitrião empatou, com um gol de Dinei, em uma dividida com o goleiro Fábio. O empate foi intensamente comemorado pela torcida baiana, que pouco antes havia reconhecido a performance celeste e aplaudido os adversários pelo título. Mas, apesar da pressão do Vitória e mesmo não dependendo do resultado, o Cruzeiro ainda encontrou forças para fazer o segundo gol, por meio de Júlio Baptista, aos 25 min da etapa final.
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