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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Cunha é suspeito de ter patrimônio 50 vezes maior do que foi declarado


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No primeiro dia da prisão de Eduardo Cunha, o outrora todo poderoso presidente da Câmara dos deputados, os investigadores da Lava Jato levantaram a suspeita de que ele teria um patrimônio mais de 50 vezes maior do que foi declarado. Cunha disse na quinta-feira (20), ao ser levado para fazer exame de corpo de delito, que a prisão dele é absurda.

Eduardo Cunha falou rapidamente sobre a sua prisão na saída do IML, onde fez exame de corpo de delito. Ele voltou para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba ainda pela manhã e está isolado dos outros presos, sozinho em uma cela. Os advogados de Cunha levaram travesseiros, lençóis e itens de higiene pessoal.

Perto das 15h, o ex-deputado foi notificado oficialmente de que é réu na Justiça Federal do Paraná na ação que trata da existência de contas na Suíça em nome de Cunha e também do recebimento de US$ 1,5 milhão pela aquisição da Petrobras de um campo petrolífero em Benim, na África. Foi esse mesmo processo que motivou a prisão do ex-presidente da Câmara. A partir de agora a defesa tem 10 dias para apresentar a defesa prévia, mas o advogado de Eduardo Cunha quer que ele seja solto antes disso.

"Tomaremos todas as medidas cabíveis para que essa prisão seja muito rapidamente relaxada. para isso será impretado um habeas corpus e também outras medidas que sejam possíveis e que vão ser decididas tão logo a gente conclua essa análise que deve ser concluída muito brevemente", diz Marlus Arns, advogado de Cunha.

Em uma palestra na quinta-feira, o juiz Sérgio Moro defendeu as prisões preventivas da Lava Jato: "Sempre tem sido decretadas quanto tem os seus pressupostos, que é uma boa prova de autoria e materialidade, e os seus fundamentos, um risco à instrução, à aplicação da lei penal ou um risco à ordem pública especialmente vinculado aí à reiteração delitiva".

Os delegados da força-tarefa ainda não marcaram uma data para ouvir Cunha, mas a expectativa é que o ex-deputado explique, principalmente, a origem do patrimônio dele. O Ministério Público Federal afirma que Cunha declarou um patrimônio de US$ 20 milhões quando abriu uma conta em um banco suíço em 2007. Esse valor é 53 vezes maior do que o que ele declarou no imposto de renda do mesmo ano: R$ 1,2 milhão, segundo os procuradores.

A Lava Jato também vai buscar mais detalhes da relação de Cunha com o grupo Constantino, dono da companhia aérea Gol e de várias empresas de ônibus. Uma das empresas de Cunha, a Jesus.com, recebeu de várias empresas ligadas ao grupo Constantino pagamentos que somados chegam a R$ 2,8 milhões. A empresa GDAV, que está no nome dos filhos de Eduardo Cunha, recebeu mais R$ 1 milhão de empresas do grupo. Para os procuradores, não existe nenhum indício de que a Jesus.com e a GDAV tenham prestado qualquer serviço relacionado aos valores depositados.

A suspeita do Ministério Público é de que Cunha tenha recebido esses valores para favorecer as empresas de ônibus da família Constantino. Em 2015, quando ainda era presidente da Câmara, Cunha criou uma comissão para analisar a isenção de impostos para empresas de transporte. A defesa da família de Eduardo Cunha não quis se manifestar. Em nota, a assessoria do grupo Constantino disse que está colaborando com a Justiça para esclarecer todos os fatos.

A Gol declarou que está fazendo uma auditoria interna desde que a Receita Federal pediu esclarecimentos sobre investimentos publicitários da empresa e que também está colaborando com as autoridades.

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