Além de Davidson e outros
políticos eleitos nas eleições de 2014 para deputado, senador e governador,
caso sejam denunciados. A decisão, da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF), aconteceu no processo contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que virou
réu nesta semana por corrupção.
Ela abre um precedente de
ampla repercussão para políticos que receberam “doações legais” de empresas que
lidam com o poder público. Raupp recebeu doação legal de R$ 500 mil da
empreiteira Queiroz Galvão, interpretada como propina pelo Ministério Público Federal.
Pela primeira vez os
ministros concordaram com a tese e a tornaram uma regra geral, como informou o
colunista de A Região, Cláudio Humberto, do Diário do Poder. Com este
precedente, qualquer doação eleitoral, mesmo declarada, pode ser interpretada
como propina.
De acordo com a
Procuradoria-Geral da República, a “doação eleitoral” de empresas fornecedoras
do governo é “propina disfarçada”, porque estas empresas esperam uma
contrapartida do candidato depois de eleito.
Ministros do Judiciário
ouvidos pela Folha de São Paulo ponderam que cada caso deve ser analisado
separadamente. Será preciso provar que houve contrapartida para a doação legal
à campanha e, com isso, tentar diferir o que é caixa um, caixa dois e caixa um
travestido de propina.
Na Bahia
No caso do suplente de
deputado Davidson Magalhães (PCdoB), hoje em exercício, doações da Concreta
Engenharia, Minas Aço, Sansuy, Vertical Engenharia, Azevedo & Travassos
Engenharia, que podem atuar em obras de governo, podem ser consideradas propinas
pelo STF.
A campanha do governador Rui
Costa (PT) fica mais comprometida ainda, porque teve doações legais de empresas
extremamente ligadas a obras e serviços do governo, como como Acrinor, Ferbasa,
Odebrecht, Fibria, Paviservice Pavimentação, Suzano Celulose, UTC Engenharia,
entre muitas.
Vários outros deputados
eleitos, principalmente do PT e PCdoB, além do senador Otto Alencar, receberam
doações legais de empreiteiras, petroquímicas, empresas de pavimentação, de
saúde, entre outras, fornecedoras do governo. Todas essas doações podem ser
consideradas ilegais.
Por isso o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira têm se reunido
com líderes dos partidos para discutir uma forma de aprovar a anistia ao caixa
2 e a doações oficiais nos casos em que o dinheiro for considerado de fonte
ilícita.
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