Terminou por volta de 20h o
protesto contra as reforma da Previdência e trabalhista que ocupou toda a
avenida Paulista, na cidade de São Paulo, na tarde de hoje (15), desde as 15h.
A maior concentração de pessoas ficou nos quatro quarteirões mais próximos do
Museu de Arte de São Paulo, onde estavam três carros de som com lideranças de
movimentos sociais e sindicais.
O protesto foi pacífico.
Durante a dispersão do ato, algumas pessoas mascaradas bloquearam o trânsito na
avenida Nove de Julho e atearam fogo em objetos no meio da via. A Polícia
Militar usou bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo, que acabou se dispersando.
Na avenida Paulista, o clima permaneceu tranquilo após o encerramento da
manifestação.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva também participou do protesto e fez um discurso contra a reforma
da Previdência por volta das 19h30, para encerrar do ato. Ele começou dizendo
que o atual governo quer acabar com conquistas da classe trabalhadora por meio
das reformas trabalhista e da Previdência.
Na avaliação de Lula, a
reforma “vai proibir que milhões de brasileiros consigam se aposentar, que vai
fazer com que os trabalhadores mais pobres desse país, sobretudo os
trabalhadores rurais do Nordeste, passem a receber metade de um salário mínimo,
sem ter noção do que esses trabalhadores representam na economia das pequenas
cidades desse país”.
Para Lula, o problema da
Previdência já foi resolvido em outro momento. “A política de geração de renda
e de formalização das empresas e das relações de trabalho proporcionaram um
crescimento inédito na receita da Previdência e da Seguridade Social entre 2004
e 2014". "Apenas entre 2008 e 2014, houve um aumento de 54,6% na
receita da Seguridade Social, com a queda continuada do desemprego e da
informalidade. Pela primeira vez na história do Brasil, teve superávit no
subsistema urbano da Previdência. Isso ocorreu a partir de 2010, quando os
contribuintes da Previdência superaram a marca de 50% da população
economicamente ativa e os salários cresciam em média 3% acima da inflação”,
disse.
Professores
Um dos temas levantados
durante o protestos foi o fim da aposentadoria especial para professores, que
com a reforma passariam a integrar o regime geral da Previdência. Maria Izabel
Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de
São Paulo (Apeoesp), acredita que os trabalhadores vão se unir contra a
reforma. “Porque não é justo. Algum professor se forma aos 16 anos? Não se
forma. A sua idade mínima não será nem 65 anos, vai ser 70 ou 75 e [o
professor] vai se aposentar oxalá aos 80 anos. É meio século de contribuição na
Previdência”.
Em sua fala, Izabel defendeu
que a Previdência não pode servir para resolver o problema econômico do país.
“Querem fazer a classe trabalhadora sangrar e fazer com que a classe
trabalhadora pague por uma crise que não foi ela que fez”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário