O presidente Michel Temer foi
gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário da marca JBS, falando
sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A
informação foi publicada na noite dessa quarta (17) pelo colunista Lauro Jardim,
do jornal "O Globo", e confirmada pelaFolha.
Temer indicou para resolver a
questão o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que posteriormente
foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Temer
ouviu do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo
Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem em
silêncio.
O presidente disse: "Tem
que manter isso, viu?"
Joesley e seu irmão Wesley
foram ao gabinete do ministro do Supremo Edson Fachin para selar um acordo de
delação premiada. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi gravado pedindo R$ 2
milhões a Joesley e que a quantia foi entregue a um primo do tucano, em ação
filmada pela PF.
A delação, diz "O
Globo", também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como
contato com o PT. Joesley, diz a reportagem, pagou para Cunha R$ 5 milhões para
o ex-presidente da Câmara após a prisão dele, em outubro do ano passado. Seria
a primeira ocasião de uma ação da PF em busca de provas em flagrante dentro da
Lava Jato.
Cunha já foi condenado em
primeira instância na Lava Jato e, mesmo detido, encaminhou em processos em que
é acusado perguntas a Temer a respeito de pagamentos em campanhas eleitorais. A
JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes frentes
desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas
irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável,
Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da
empresa.
Em janeiro, uma operação
mirou o grupo ao apurar suspeitas de concessão de créditos pela Caixa
Econômica./Folha
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