Defesa
do ex-presidente diz que indiciamento é parte da 'perseguição política' que ele
vem sofrendo (foto: Nelson Almeida/AFP)
Ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva foi indiciado nesta segunda-feira pela Polícia Federal pelo crime
de corrupção passiva por suposta participação na venda de uma medida provisória
em inquérito oriundo da Operação Zelotes.
Em nota, a defesa de Lula repudiou
“toda e qualquer ilação” do envolvimento de Lula com atos e ilícitos e
considerou que o indiciamento faz parte da “perseguição política” sofrida pelo
ex-presidente.
Para a PF, o ex-presidente e
mais 12 pessoas, entre ex-ministros da gestão Lula e empresários, participaram
de um esquema criminoso que resultou na edição da Medida Provisória 471, que
estendeu incentivos fiscais a montadoras e fabricantes de veículos das regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
De acordo com o relatório da
PF que segue para análise do Ministério Público, que pode ou não oferecer
denúncia à Justiça, lobistas representando as montadoras teriam repassado ao PT
de forma ilícita cerca de R$ 6 milhões para que a MP fosse publicada.
Os advogados de Lula,
disseram, em nota, desconhecer o teto do indiciamento e afirmaram que o
ex-presidente tem sido “submetido, nos últimos dois anos, a verdadeira devassa
e nenhuma prova foi encontrada, simplesmente porque não houve de sua parte
qualquer ato de corrupção”
“Essa onda de ataques só
serve para reforçar que nosso cliente é vítima de perseguição política por meio
de procedimentos jurídicos, prática reconhecida internacionalmente como
lawfare, e que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, diz trecho da
nota.
A Operação Zelotes investiga
desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que é
vinculado ao Ministério da Fazenda e é a última instância administrativa de
recursos referentes a impostos e multas de contribuintes.
De acordo com as
investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o
pagamento de propina a conselheiros para que manipulassem resultados dos
julgamentos. Grandes executivos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos
Trabuco, são réus em processos relativos à Zelotes.
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